29 de outubro de 2009

Disco de Vinil

Disco de vinil, LP (Long Play), bolachão, ou em inglês, Vinyl Disc, Phonograph Record ou simplesmente Record; não importa como é chamado, é um disco feito de material plástico chamado vinil, ou PVC (Polyvinyl Chloride). Mesmo depois do lançamento do disco com áudio digital, o CD (Compact Disc) em 1982, para substituir este disco de vinil, ele resiste a extinção. Milhões de discos ainda são produzidos anualmente no mundo. No Brasil podem ser encontrados em lojas especializadas ou em grandes livrarias (Megastore). Discos usados são fáceis de encontrar em sebo, e muitos a preços bem salgados.
Vamos conhecer um pouco desta fantástica mídia, que vem conquistando até alguns jovens da era digital, em vez de cair no esquecimento.

História

Baseado em fonoautógrafo (Phonoautograph), que registrava graficamente o som em disco de papel, inventado pelo francês Édouard-Léon Scott de Martinville em 1857, foi inventado o cilindro fonógrafo (Phonograph), que gravava e reproduzia o som, pelo americano Thomas Alva Edison em 1877. Em 1887, foi inventado o gramofone (Gramophone) pelo alemão Emile Berliner, que introduziu o disco plano, com gravação do sulco em movimento lateral, e que podia colocar a etiqueta de identificação no centro.

Muitas evoluções ocorreram, surgindo diversos materiais, diâmetros e velocidades, até a uma padronização aproximada (pois havia pequena variação, dependendo do país, por causa da diferença na frequência da rede elétrica - 50/60Hz) em 78 rpm (rotações por minuto) em 1925, com o início de toca-discos elétrico. Os anteriores eram mecânicos, que giravam através da força da mola, que precisavam dar corda constantemente.

Em 1931 a RCA Victor, lançou o disco de vinil de 12 polegadas (30 cm) para velocidade de 33 1/3 rpm, cada lado com aproximadamente 10 minutos de gravação, um LP, mas devido a problema comercial e econômico e da grande depressão americana, foi descontinuado no início de 1933. Mas por volta de 1940 e durante e após a segunda guerra mundial, foram produzidos alguns discos em vinil de 78 rpm, e até em 33 1/3 rpm, por causa da restrição de fornecimento da goma-laca, que era a matéria-prima dos discos da época.

Em 1948 a Columbia lançou o disco de vinil de 12 polegadas (30 cm) na velocidade de 33 1/3 rpm, com microssulco, permitindo a gravação aproximada de 20 minutos cada lado. O verdadeiro LP havia surgido.
Logo depois em 1949 a RCA lançou o primeiro single (compacto simples) de 7 polegadas (17 cm) na velocidade de 45 rpm, com até 8 minutos de gravação cada lado, com orifício central maior para poder acomodar no mecanismo de troca automática de discos, no famoso JUKEBOX. Chegou a ter uma variação chamada de EP (Extended Play), com qualidade sonora mais baixa e duração aproximada de até 15 minutos cada lado. Por volta de 1960 o orifício ficou pequeno. No Brasil teve muito pouco, pois este disco acabou virando 33 1/3 rpm, com orifício pequeno. Compacto simples (single) com uma música (faixa) de cada lado e compacto duplo com 2 músicas de cada lado.

A Musidisc colocou no mercado, uma série de Mini-LP, que tem tamanho de compacto (17 cm), mas com gravações próximas de um LP (aproximadamente 5 músicas de cada lado). Graças ao microssulco um pouco menor e bem próximos, e com a etiqueta central menor, ampliando a área de gravação. Somente em mono. Pode ser reproduzido em toca-discos normal, mas nunca em posição de automático (nos toca-discos automáticos), porque interrompe a reprodução antes de terminar o disco (etiqueta menor).

Equalização

Analisando o gráfico de audibilidade humana, podemos notar que nas baixas frequências (graves), a nossa sensibilidade é baixa, e temos alta sensibilidade nas frequências superiores (agudos). E por isso, na música, as frequências mais baixas tem amplitude maior e nas frequências mais altas , amplitude menor.

Era utilizado o recurso de atenuação nos graves , para poder aumentar o tempo de gravação, ou seja, reduzindo o espaço necessário para o contorno do sulco, conseguindo assim reduzir o espaçamento entre os sulcos. As frequências altas foram ampliadas por causa dos ruídos e também para a redução de desgaste do sulco provocado pela agulha. Mas não existia nenhuma padronização. Em 1955 foi definido em comum acordo, a utilização da curva de equalização RIAA (Recording Industry Association of America), ou RIAA EQ curves.

Na reprodução é feita a correção, ampliando os graves e atenuando os agudos, como no gráfico, com isso os ruídos de frequências altas também são atenuados. O circuito de correção depende da cápsula fonocaptora utilizada. A cápsula fonocaptora (Phono Cartridge) é um transdutor eletromecânico, pois converte a vibração mecânica da agulha (stylus ou needle), de diamante ou safira, percorrendo o sulco, em sinal elétrico.

Cápsula de Cerâmica/Cristal: Estas cápsulas fonocaptoras usadas principalmente antes dos anos de 1950, são transdutores piezoelétricos, ou seja,  sinais elétricos são gerados quando sofrem pressões. Por gerar sinal de boa amplitude ( em torno de 100 mV - milivolt), e devido a amplitude do sinal gerada ser diferente conforme a frequência (proporcional a velocidade de deslocamento da agulha), e esta variação ser muito próxima da curva de correção RIAA, não há necessidade em utilizar um circuito de correção e amplificação. E também por causa da sua impedância de carga compatível, pode ser conectado diretamente em maioria das entradas de áudio (como AUX). A desvantagem é a baixa compliância, distorção no sinal e do seu peso necessário na agulha (6 a 10 gramas), muito pesado, gerando desgaste maior do sulco, reduzindo a vida útil do disco. Normalmente ainda são utilizadas em toca-discos de baixo custo.

Cápsula Magnética: Lançada nos anos de 1950, para substituir as de piezoelétricos. Precisa de peso reduzido na agulha, aumentando bem a vida útil do disco. Existem dois tipos, MM (Moving Magnet) e MC (Moving Coil).
MM, utilizada pela maioria dos toca-discos, consiste em movimento do magneto acoplado na agulha, para gerar os sinais elétricos na bobina. Gera sinais em torno de 3mV numa impedância de 47K Ohms. A necessidade de peso fica em torno de 2 a 4 gramas.
MC, é o inverso, pois é a bobina acoplada na agulha, que movimenta dentro de um magneto para gerar o sinal elétrico. Mas neste caso o nível é muito baixo, ficando em torno de 0,2 mV, numa impedância em torno de 50 Ohms. Mas a necessidade do peso é inferior a MM, ficando em torno de 1 grama. Devido a sofisticação e alto custo, é pouco usada, apesar da qualidade do sinal ser superior. Encontradas em equipamentos de alto custo (High-end).
As cápsulas magnéticas por gerarem sinais lineares e de baixa amplitude, necessitam de circuito de correção RIAA (equalizador) e de amplificação. Como MM e MC têm características diferentes, necessitam de circuito próprio, ou seja, não pode ligar a cápsula MM em conector para MC e vice e versa. O equalizador é específico para cada um.

É muito importante fazer a regulagem de pressão (peso) da agulha. Alguns toca-discos possuem o contrapeso já com as graduações, e outros que não possuem, é feita a regulagem com o auxílio do medidor de grama, que normalmente vem com o toca-discos. Regule para a pressão indicada na especificação da cápsula.
Muitos toca-discos novos já vem com o equalizador integrado, mas se não tiver, é necessário adquirir um externo, pois a maioria dos AV Receivers de hoje não possuem a conexão de entrada PHONO (Phonograph), que é para cápsulas magnéticas MM. O mesmo vale para realizar uma digitalização no computador, se a placa ou o equipamento não tiver o equalizador.

Como curiosidade, o sofisticado toca-discos solid royal da Acoustic Solid custa em torno de US$ 16,000.00 sem o braço e pesa 50 Kg. O toca-discos um pouco mais simples da Creek, o wyndsor, custa em torno de US$ 3,800.00. Um ótimo equalizador precisa ser a válvula, como TRV-EQ3SE da Triode, que custa em torno de US$ 1,600.00. Um som de excelente qualidade precisa ser reproduzido num amplificador a válvula, pois é um componente perfeitamente linear na amplificação de sinal elétrico. Estamos voltando no tempo!? Então é melhor parar!

Disco Estéreo

Inventado pelo inglês Alan Dower Blumlein em 1931, chamado de som binaural, pela EMI (Electric & Musical Industries Ltd.), que é a fusão das empresas, Columbia Graphophone Company e Gramophone Company. O sistema chamado de 45/45, onde o corte e o movimento do sulco tem ângulo de 45°, e que cada parede é um canal, e a grande vantagem é a compatibilidade com o monaural ou monofônico da época, em que o corte do sulco tem movimento lateral. Foi introduzido o conceito de alta fidelidade (High Fidelity ou Hi-Fi).  Apesar de ter produzido alguns discos de teste em 1933 pela EMI, foi abandonado por não conseguir alta fidelidade em discos de goma-laca, material utilizado na época.

A partir de 1956 a Decca Records, chegou a lançar alguns discos estéreos com o sistema VL (Vertical-Lateral), ou seja, um canal com movimento lateral como no monaural e outro canal na vertical, no mesmo sulco, mas logo foi abandonado por ser incompatível com monofônico (só reproduzia um canal).

Em 1958 iniciaram a comercialização dos discos em estéreo (estereofônico ou 2.0), utilizando a tecnologia 45/45 inventado pelo Blumlein em 1931. 27 anos depois!. Agora em microssulco e em disco de vinil.

Disco Quadrifônico

No início de 1970 houve desenvolvimento de sistema de 4 canais, chamado de quadrifônico ou quadrafônico (Quadraphonic ou Quad). Foram os primeiros surround sound, onde além dos dois canais normais, existiam 2 canais traseiros, esquerdo e direito (hoje conhecido como 4.0). Passou por diversos problemas técnicos, e resolvidos tarde demais, acabou tornando-se um fracasso técnico/comercial. Podemos dividir o som quadrifônico em discreto e matricial.

Discreto: Conhecido como sistema 4-4-4, o verdadeiro quadrifônico, pois desde a sua gravação e a mixagem no estúdio, no disco e na reprodução, estão em 4 canais independentes.
O principal e único sistema aceito, foi o CD-4 (Compatible Discrete 4) ou Quadradisc. Lançado pela JVC, em 1971, teve a adesão de Arista, RCA, Elektra, Warner e outros. Além da gravação normal estéreo, havia a gravação de subportadoras em frequências superiores, entre 18KHz a 45KHz, contendo a adição e subtração de canais, possibilitando assim a gravação de 4 canais independentes no disco, que eram decodificados na reprodução. Era compatível com estéreo e mono.

Matricial: Conhecido como sistema 4-2-4. A gravação original de 4 canais é codificado matricialmente e gravado no disco em 2 canais (estéreo) e depois decodificado na reprodução em 4 canais, neste sistema havia uma pequena perda, e portanto não era totalmente fiel a som original. A seguir alguns dos sistemas matriciais.
SQ (Stereo Quadraphonic): Lançado pela CBS em 1972 e adotado pelas empresas como Capitol, EMI, Epic, Harvest, etc. Era compatível com estéreo, mas tinha problema de compatibilidade com o sistema monofônico. Na ilustração, os LPs Atom Heart Mother do Pink Floyd e Western do Frank Pourcel e sua grande orquestra.
QS (Quadraphonic Stereo): Desenvolvido pela Sansui, e foi adotado por ABC, Decca, MCA, Vox, etc. Era um sistema muito parecido com SQ. Compatível com estéreo. Decodificador deste sistema existia praticamente, só nos Receivers da Sansui, que na época era um dos líderes do mercado ao lado de Trio-Kenwood e Pioneer. Este sistema, chegou a implementar o quinto canal (central), o som quintafônico, utilizado em alguns filmes de 35mm. Era o 5.0, que deu origem a 5.1.
EV Stereo-4: Desenvolvido pela Electro Voice, era um sistema matricial que criava um ótimo efeito quadrifônico. Compatível com estéreo e mono. Na ilustração, o LP Multiple Guitars com Les Thatcher.

Cuidados do Disco: Como é um material fácil de riscar, e também atrai muito o pó (estática), mantenha sempre limpo. Utilize pano macio ou flanela, ligeiramente umedecido. Ele pode até ser lavado, se necessário,  com o uso de detergente neutro, mas com muito cuidado. No manuseio, sempre pegue pelas bordas e/ou na etiqueta central, nunca nos sulcos. Guarde-os sempre na horizontal, nunca empilhe, evitando assim peso sobre ele. A parte central (etiqueta) e a borda é um pouco mais saliente do que o corpo onde tem o sulco, para poder colocar um sobre o outro em toca-discos automáticos, mas evite o seu uso, dê preferência a operação manual. Assim poderá ter o disco por um longo período, mantendo a sua fantástica qualidade sonora, pois a música reproduzida em disco de vinil, tem a alma do artista, que necessita de cuidado.

Existe um lavador automático de LP profissional que tira todas as sujeiras do microssulco, recuperando o som original sem ruídos incômodos. Trata-se do Vinyl Cleaner da Glass-Audio Desk Systeme da alemanha. Colocando o LP e apertando o botão, automaticamente lava os dois lados do disco, em até 5 minutos, todo o processo, incluindo a secagem não demora mais do que 10 minutos. O preço é de US$ 3,500.00. Mais detalhes no site da Glass-Audio Desk Systeme.


Veja também:
Som: analógico x digital
Digitalização
AV Receiver
Áudio puro
Fone de ouvido
Gravador de áudio portátil

22 de outubro de 2009

Som: Analógico x Digital

Quem já apreciou uma música de um disco de vinil, não consegue sentir a mesma vibração, quando ouve a mesma música em CD. Parece que falta alguma coisa, o som parece artificial... Será psicológico?
O som é uma onda mecânica, ou seja, uma vibração que propaga em vários meios (exceto no vácuo). No ar, é a vibração das moléculas do ar em forma de uma onda, com variação analógica. Portanto, um som digitalizado, para reproduzir, precisa ser convertido para analógico, e é produzido pela vibração do cone do alto-falante. Esta vibração está dentro da frequência audível do ser humano, situada entre 20Hz a 20000Hz (Hz ou Hertz = ciclos por segundo).

Produção e reprodução de uma mídia de áudio

Analógico: Desde a gravação até a produção da mídia, normalmente, é realizada em sinal analógico. O mesmo ocorre na reprodução.

Digital: A digitalização é feita logo após o microfone, ou após a gravação (se já existe a fita mestre). A digitalização é feita através da amostragem do sinal analógico, numa determinada frequência e amplitude em quantidade de bits (veja Digitalização). Após a mixagem, é feito o processamento, e em alguns casos é feita a compressão (veja Codec), e finalmente a produção da mídia. Na reprodução é feito o processamento e a descompressão, caso exista, e depois convertido para o sinal analógico. E só então é amplificado e reproduzido (veja AV Receiver). A ilustração é um processo bem simplificado para facilitar o entendimento.

Vantagem e desvantagem

Analógico: A grande vantagem é a sua fidelidade com o som original. Sendo totalmente analógico, representa exatamente como ele é. Mas a sua desvantagem, é o problema normal da natureza, tudo tem interferência (pior interferência, é do homem na natureza). É sensível a pó, vibração, campo eletromagnético, ruído da rede elétrica, desgaste, etc., e etc.

Digital: Praticamente é oposto do sinal analógico, por ser constituído somente de código binário (0 e 1), não sofre interferências da natureza, é limpo e sem ruído. Mas para ser fiel a sinal analógico original, é necessário um enorme número de amostragem, o que acarretaria em grande volume de dados e alta taxa de transferência. Antes de fazer a digitalização, é necessário filtrar as frequências superiores que não serão amostradas (Nyquist Frequency), para não criar o efeito Aliasing, podendo com isso retirar até os sinais necessários à fidelidade. Dependendo da frequência e amplitude da amostragem, um sinal pode não ser interpretado, ou interpretado erroneamente, gerando sinal analógico, diferente do original.

Na ilustração, temos a sequência de ampliação de uma música digitalizada de um disco de vinil, nas amostragens de 44.1KHz/16bit e 96KHz/24bit, para fazer a comparação. Dá para notar diversas diferenças na forma de onda, só neste trecho apresentado (Se estiver difícil a visualização, dê um click sobre a imagem). Mas o problema de armazenamento é evidente, pois nesta música estéreo de 3 minutos e 29 segundos, gerou um arquivo de 35.1MB para 44.1KHz/16bit e de 115MB para 96KHz/24bit. Imagine em 192KHz/24bit ou em multicanal.

Formatos de áudio digital

As primeiras gravações digitais nos estúdios, começaram no início dos anos de 1970. Mas comercialmente ao público, foi lançado somente em 1982, com CD.

CD (Compact Disc): Lançado em 1982 para substituir o disco de vinil. Utiliza uma amostragem de 44.1KHz/16bit, numa tecnologia LPCM (Linear Pulse Code Modulation) sem compressão. Até hoje é o mais popular formato disponível no mercado. Está bem velhinho, e ainda não conseguiu substituir totalmente o disco de vinil.

XRCD ( eXtended Resolution Compact Disc): Lançado pela JVC em 1995. O formato é igual do CD, e por isso totalmente compatível. A diferença está no processo de produção, desde a digitalização, eliminando problemas do CD, resultando na qualidade sonora superior. O problema dele é o custo alto.

HDCD (High Definition Compatible Digital): Foi lançado oficialmente em 1996 pela Pacific Microsonics, que pertence a Microsoft desde 2000.  A amostragem original é feita em 176.4KHz/20bit, depois reduzido para 44.1KHz/20bit. Na produção da mídia, é utilizada 44.1KHz/16bit, onde um bit é codificado, e assim representar os 20 bits. Por isso é compatível com CD player comum, com qualidade um pouco inferior, e se tiver o decodificador HDCD, poderá apreciar a qualidade do HDCD.

DVD (Digital Versatile Disc) VIDEO: Como uma evolução do Super Density Disc apresentado pela Toshiba, Panasonic, JVC, Pioneer e outros fabricantes em 1993, foi lançado no final de 1996 pela Toshiba, já como DVD-Video, para substituir os filmes em videocassete. Os áudios utilizados normalmente são: LPCM 48KHz/16bit sem compressão, em estéreo, Dolby Digital e DTS (estéreo e multicanal).

No disco S&M da Metallica ao vivo, acompanhado pela Orquestra Sinfônica de São Francisco, além do áudio de Dolby Digital 5.1 ou em estéreo, também temos a alternativa em apreciar em Dolby Digital estéreo, somente a Metallica ou somente a orquestra. Fora a atração visual com alternativa de 5 ângulos em algumas cenas, ou seja, além do normal, é possível, se desejar, assistir a câmeras que acompanham somente um dos integrantes da banda. Recurso pouco encontrado em DVD, por isso muitos desconhecem a existência deste recurso de ângulo.

SACD (Super Audio Compact Disc): Lançado em 1999 pela Sony e Philips, utiliza uma tecnologia chamada de DSD (Direct Stream Digital). Com a utilização de 1 bit numa frequência de 2,8224MHz para a digitalização, afirmam que consegue digitalizar até a frequência de 100KHz.

A capacidade deste disco é o mesmo do DVD, e pode conter as músicas somente em estéreo, ou em estéreo e multicanal (5.1). No disco com formato híbrido, tem uma parte (zona) do disco gravado em formato CD, ficando totalmente compatível com CD player, mas neste caso somente em estéreo. Nas lojas japonesas, é comum encontrar SACD híbrido sendo comercializado junto com CDs, sem nenhuma diferenciação.

O álbum híbrido, The dark side of the moon do Pink Floyd, possui a zona de CD em estéreo, e a zona de SACD em estéreo e multicanal 5.1, que foi digitalizado em DSD da fita original multicanal e feito o down-mix. O som surround (envolvente) é impressionante.

Para poder apreciar a qualidade do SACD, é necessário um Universal Player que tem este formato. Também disponíveis em muitos Mini System e PlayStation 3 da Sony.

DVD Audio: Lançado em 1999 pelo DVD Forum (Toshiba, Panasonic, JVC, Pioneer, e outros). A amostragem pode ser de até 192KHz/24bit em estéreo e 96KHz/24bit em multicanal (5.1). Podem ser no formato LPCM sem compressão ou em PPCM (Packed Pulse Code Modulation), utilizando a tecnologia MLP (Meridian Lossless Packing), numa compressão lossless de 2:1, também conhecido como Advanced Resolution.

Sendo o mesmo disco do DVD, além da música, pode ter menu, slide-show, letras das músicas, informações dos artistas, etc., ou seja, ele contem áudio e vídeo (estático). Não tem nenhuma compatibilidade com o CD. Nos híbridos, contém parte (zona) em DVD-Video, sendo possível a reprodução em DVD player comum, mas o áudio é de DVD-Video.

No álbum híbrido, My Story da cantora J-Pop, Ayumi Hamasaki, tem na zona chamada de DVD-Audio, as músicas em LPCM estéreo (96KHz/24bit) e LPCM multicanal 5.1 (48Khz/16bit), e na zona de DVD-Video, tem video clips de algumas músicas com o áudio em LPCM estéreo (48KHz/16bit) e Dolby Digital estéreo. Ou seja, traz várias alternativas para apreciar a mesma música.
Para reproduzir o DVD-Audio, é também necessário um Universal Player com decodificador deste formato.

DAT (Digital Audio Tape): Lançado pela Sony em 1987, com o objetivo de substituir a fita de audiocassete, mas não teve o sucesso esperado.

MD (MiniDisc): Também lançado pela Sony em 1992. É um minidisco em cassete, com a mídia magneto-óptica, usando o formato de gravação ATRAC (Adaptive TRansform Acoustic Coding). O seu sucesso ficou restrito a Japão e Ásia. O MD gravável, é ótimo para fazer cópias caseiras e reproduzir em MD player do carro (prático por ser pequeno e estar protegido em cassete).

BD (Blu-ray Disc): Mídia lançada com a finalidade de armazenamento de imagens de alta definição. Foi apresentado um protótipo pela Sony em 2000, mas oficialmente no formato atual, foi lançado somente em 2006 (veja Blu-ray Disc).

Os formatos de áudio são, os tradicionais do DVD-Video e os de alta definição. Em LPCM, pode chegar a 192KHz/24bit (estéreo) e 96KHz/24bit (multicanal 7.1) sem compressão. Os formatos Lossless, Dolby TrueHD e o DTS-HD Master Audio, podem chegar na amostragem de 192KHz/24bit (multicanal 5.1) e 96KHz/24bit (multicanal 7.1), com compressão. Podendo chegar a uma taxa de transferência de até 24.5Mbps. São amostragens máximas, que nem sempre são utilizadas. Confira na embalagem do disco. No Blu-ray Disc, Love is born da cantora J-Pop, Ai Otsuka, o áudio é apresentado em LPCM 48KHz/24bit (estéreo) e Dolby TrueHD 5.1 canais. Veja mais em Áudio de alta definição do Blu-ray.

Conclusão: SACD e DVD-Audio, que são formatos concorrentes,  surgiram para tentar substituir o CD, apresentando som de qualidade bem superior, com a opção também em multicanal, mas não obtiveram o sucesso até hoje. Agora sofrem a ameaça do Blu-ray, que apresenta som e imagem de alta qualidade. De qualquer forma, mesmo com a qualidade não satisfatória para muitas pessoas exigentes, o CD continua resistindo a todas as ameaças. Até quando? Com tudo isso, é possível afirmar que, tirando ruídos e chiados, o disco de vinil tem som mais fiel do que o do CD. Para ter um som de alta fidelidade em digital, é necessário, pelo menos, uma amostragem de 192KHz/24bit. Mas graças a som digital é que podemos apreciar as músicas em diversas formas, principalmente em multicanal.

Conheça o novo conceito em ouvir música digital de alta definição  de 192KHz/24bit ou mais, em Network Audio.

SHM - CD/SACD: Super High Material - CD/SACD, estes discos que utilizam um plástico de policarbonato especial, desenvolvido pela JVC e Universal Music Japan, tem uma transparência melhorada, permitindo leitura mais precisa dos dados, obtendo com isso uma boa melhora na qualidade de áudio.

15 de outubro de 2009

Filmadora (Camcorder) de Alta Definição

Cada vez mais o televisor está sendo substituído por um de tela grande e fina de alta definição (HDTV), então por que não registrar os momentos importantes da sua vida, também em alta definição, e ver aquele detalhe, com toda a nitidez na tela deste televisor? Logo estarão disponíveis no mercado, celulares (para variar) com filmadora de alta definição, mas não vai ter o mesmo resultado de um CAMCORDER (video CAMera reCORDER) digital de alta definição.
Para decidir por um Camcorder mais adequado à sua necessidade, é melhor familiarizar um pouco com os termos técnicos que irá enfrentar.

Formato de Gravação

HDV (High Definition Video): Foi introduzido em 2003 pelas empresas Sony, JVC, Canon e Sharp. A mídia de armazenamento é a fita MiniDV. O Codec utilizado é o MPEG-2 para o vídeo e MPEG-1 Audio Layer 2 para o áudio, e a multiplexação é feita em MPEG-2 TS. O mesmo da TV Digital. A Sony disponibiliza em alguns Camcorders HDV, a memória Compact Flash (CF) como a segunda mídia.

Existem duas resoluções para a gravação, 720p (1280x720, em até 19Mbps) e 1080i (1440x1080, em até 25Mbps). No caso do 1080i, é utilizada a técnica de compressão horizontal (squeeze) para a gravação, e que na reprodução é apresentada a imagem na resolução de 1920x1080 (veja lentes anamórficas e por que 720x480? para entender melhor).
Este formato está perdendo o terreno para o AVCHD, devido a sua limitação, mas ainda é muito utilizado por causa do baixo custo da mídia e também no segmento de semiprofissional e profissional pela facilidade em encontrar software de edição, e que pode ser executado em microcomputador mais simples.

AVCHD (Advanced Video Codec High Definition): Lançado pela Sony e Panasonic em 2006, suporta diversas mídias de armazenamento, na resolução de até 1920x1080. O Codec utilizado para o vídeo é o MPEG-4 AVC/H.264, e no áudio é possível gravar em LPCM ou Dolby Digital AC-3 em até 5.1 canais. Devido a sua alta compressão de imagem, tem a taxa de transferência bem menor, com praticamente a mesma qualidade de MPEG-2. (Veja Codec). A multiplexação é feita em MPEG-2 TS.

Um grande problema está na edição, devido a complexidade na compressão, normalmente é necessário fazer a descompressão para editar, necessitando CPU de alta velocidade  como Intel Core 2 Quad. Existe ainda pouca disponibilidade de software de edição, mas como é um formato recente, logo surgirão muitas soluções. A JVC tem alguns modelos que gravam em AVCHD e MPEG-2.

Sensor de Imagem (Image Sensor)

Sensor de imagem é um componente que sente a luminosidade da imagem e transforma em sinal elétrico. Existem duas tecnologias, CCD e CMOS. Originariamente, ambos foram desenvolvidos para utilização como memória, mas logo foram suplantados por outras tecnologias, e que foram adotados para utilização como sensor de imagem, com ótimo resultado.

Como são sensíveis somente a luminosidade (e não a cor), é necessário a utilização de filtro, como padrão Bayer, para fazer a separação da imagem em cores primárias RGB (vermelho, verde e azul). No caso do mais comum, que é a utilização de um só dispositivo sensor de imagem, é colocado minúsculos filtros em cada sensor (fotodiodo). Devido a alta sensibilidade da visão humana em verde, há mais filtros verdes, na relação de 2 verdes, 1 azul e 1 vermelho para cada pixel.

No caso da utilização de 3 dispositivos sensor de imagem no Camcorder (3CCD, 3CMOS), a imagem é filtrada num prisma óptico, que separa em três cores primárias, e conduzida ao sensor. Cada cor primária tem o seu dispositivo sensor, e por isso o resultado é uma qualidade da imagem bem superior do que de um só dispositivo. Como acarreta em maior custo e no tamanho do aparelho, normalmente é mais encontrado em filmadoras profissionais.

CCD (Charge Coupled Device): Os sinais elétricos resultantes da luminosidade, são transferidos para o vizinho, e assim sucessivamente até serem retirados e amplificados. Por ter melhor sensibilidade e consequentemente melhor cor, e imagem mais nítida, desde o vidicon, era usado como a principal tecnologia, nos aparelhos que exigiam qualidade na imagem.

A sua desvantagem é o custo mais alto, tanto do próprio dispositivo, quanto dos circuitos adicionais envolvidos. Consumo maior de energia e aquecimento. Produz uma mancha vertical (vertical smear), quando incide uma luminosidade intensa.

CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductor): Apesar de ser antecessor do CCD, foi pouco utilizado (abandonado) por gerar imagens com muito ruído. Por possuir circuito para cada sensor, a área para a incidência de luz era menor, e com a baixa iluminação, o ruído era grande. Era usado em câmeras que não exigiam qualidade, como a de segurança.

Sendo uma tecnologia padrão utilizada na maioria dos chips, o seu custo de produção é bem baixo, além do baixo consumo de energia e pequeno aquecimento. A redução do aparelho, facilidade de projeto, etc, e principalmente a sua alta taxa de transferência, necessária na alta definição, fez com que o investimento neste dispositivo aumentasse tanto que hoje já é o padrão em Camcorders.

Até as câmeras digitais já estão usando CMOS, e devido a alta taxa de transferência, está se tornando uma filmadora de alta definição, complicando a diferenciação entre um Camcorder e uma câmera digital. As filmadoras 4K2K utilizam o sensor CMOS.

A Panasonic, em substituição a 3CCD, resolveu adotar o 3MOS (Metal Oxide Semiconductor), que também é um CMOS, ou melhor, a utilização de MOS N e MOS P em conjunto se torna CMOS. Uma tecnologia de sensor de alta sensibilidade e baixo ruído chamada de vMaicovicon (Matsushita Advanced Image Converter for Vision Construction. Também há a versão de origem de que a imagem é tão bela quanto uma Maiko, que é aprendiz de Gueixa, por ter sido desenvolvido em Kyoto, que é a cidade de Maiko e Gueixa no Japão). Veja uma outra imagem de Maiko em Lens Shift do Projetor para Home Theater. A Matsushita, há um ano, unificou o nome das empresas do grupo para Panasonic.

A dimensão do sensor geralmente é dada em polegadas na diagonal (como monitor), que a princípio quanto maior, é melhor a qualidade da imagem, mas não deve ser adotada como uma regra. O mesmo se diz para a quantidade de pixel.

Mídias de Armazenamento

No formato HDV, a mídia de armazenamento é somente a fita MiniDV, mas em formato AVCHD, é possível utilizar HDD, memória Fash e Mini DVD/BD.

HDD (Hard Disk Drive): Apesar do corpo do Camcorder ficar um pouco maior e mais pesado, a alta capacidade de armazenamento (40GB, 60GB, 120GB, etc.), possibilita uma gravação de longa duração. Para quem não tem microcomputador, os fabricantes disponibilizam unidade para copiar a gravação em DVD/BD, em alta definição, mas normalmente estes discos só podem ser reproduzidos na própria unidade.

Devido a tecnologia do HDD, onde a cabeça de gravação fica flutuando ou "voando" numa distância ínfima do disco, num colchão de ar criado pela rotação do disco, não é recomendado a sua utilização numa altitude (acima de 3.000m) onde o ar fica mais rarefeito. Se a cabeça "aterrissar", sofrerá dano irrecuperável.

Memória Flash: A grande vantagem é o reduzido tamanho do seu Camcorder, e do peso. Em muitos casos é possível ser reproduzido direto em microcomputador, televisor, etc., desde que aceite o formato da sua gravação. No Japão, o formato AVCHD já está bastante padrão em diversos aparelhos. Ainda permanece o problema do seu alto custo, mas existe uma grande tendência em ser adotado pela maioria dos Camcorders. É uma mídia em grande evolução. Nos Camcorders híbridos (mais de uma mídia), é sempre a mídia alternativa.

Hoje existem Memory Stick Pro Duo de até 16GB e SDHC (High Capacity) com a capacidade de até 32GB. Já foi lançada pela Toshiba, a memória SDXC (eXtended Capacity) de 64GB, que promete chegar até 2TB (Terabyte), e velocidade de até 2.4Gbps, com previsão de lançamento até 2014. Para não ter uma surpresa desagradável, utilize sempre a memória recomendada pelo fabricante, tipo, velocidade e capacidade máxima.

Os Camcorders profissionais também já estão utilizando. São cartões de memória de alta velocidade como, P2 da Panasonic (até 640Mbps) e SxS (S por S) da Sony e SanDisc (até 800Mbps).

Conheça mais detalhes e novidades sobre memórias no Cartão de memória flash.

Mini DVD/BD: São discos de 8cm de DVD e BD (Blu-ray Disc). A principal vantagem é que vários BD players já conseguem reproduzir estes discos (formato AVCHD). Mas o custo deste disco não é muito atraente. A Hitachi é o principal fabricante, e o modelo híbrido multimídia GZ-BD10H, tem HDD de 30GB, minidisco DVD/BD e memória Flash. Apesar de poder gravar diretamente em BD, o recomendado é gravar em HDD, e depois copiar em BD ou memória SD. A flexibilidade é a grande vantagem deste Camcorder.

Especificações e Características

Lente (LENS): É o componente dos mais importantes, diretamente ligado a qualidade da imagem. A imagem que será levada ao sensor necessita ser perfeita, sem nenhuma distorção ou irregularidade, tanto na luminosidade quanto na cor, com toda a nitidez. Na linha dos profissionais, um conceituado fabricante é a Fujinon, que na linha dos consumidores, foi utilizada somente pela JVC no modelo Everio GZ-HD7, que foi o primeiro Camcorder Full HD (conforme o fabricante), lançado em março de 2007.
A lente é apresentada em abertura (F), a distância focal (f) em milímetros e o respectivo Zoom, quantitativamente (xN). Analise somente a capacidade do Zoom óptico, desconsidere o Zoom digital.

Estabilizador de Imagem (Image Stabilizer): Cada vez mais o Camcorder reduz de tamanho e peso, ficando extremamente sensível a trepidação na mão (quando é pesado, segura com mais firmeza e consegue manter mais estável), por isso a função de correção acaba se tornando imprescindível.
Existem basicamente dois tipos, o Eletrônico (EIS-Electronic Image Stabilizer) e Óptico (OIS-Optical Image Stabilizer). O melhor é o óptico, mas devido a sua complexidade e alto custo, normalmente é encontrado somente nas linhas profissionais.

x.v.Color: Nos Camcorders mais modernos, cada vez mais está presente. Possibilidade em gravar com muitas cores novas. Veja xvYCC.

Gravação Noturna: Possibilidade em gravar no ambiente escuro. Com pouca iluminação, que é geralmente através do tempo maior de exposição; e sem nenhuma iluminação, por infravermelho.

Futuro: Devemos acompanhar a evolução das câmeras de 4K2K (3.840x2.160) e imagens 3D, que na linha dos profissionais já estão surgindo.

Conclusão: A definição de, que tipo de imagem quer tirar, como eventos ou natureza (mais sofisticados e com recursos manuais), viagens ou acontecimentos (pequeno e portátil, com início de gravação rápida), e o que vai fazer com a imagem (como editar e criar um Blu-ray Disc), irá ajudar muito na decisão certa.

Conheça as características de principais formatos de vídeo, utilizados em filmadoras de alta definição, em Formatos de vídeo HD.

Para saber o que fazer com o arquivo de vídeo da filmadora, veja em Filmei, e agora?

Conheça filmadoras 3D em Novidades 3D.

Atualizações

Filmadora de bolso: Uma boa opção para filmadora HD de bolso seria a JVC Picsio GC-FM1, medindo 53x97x17 (em mm), e pesando 95g. Além de ser câmera digital de 8 Mpixel, filma em 1080p (1440x1080 squeeze) 30fps em 12Mbps, usando codec MPEG-4 AVC/H.264, em memória SDHC de até 32GB. Zoom de 4x.

18/jan/2010:  A Sanyo colocará no mercado japonês em 19 de fevereiro, conforme eles, a menor e a mais leve filmadora Full HD do mundo, Xacti DMX-CS1 que nos EUA será VPC-CS1. Terá como melhor resolução para gravação de 1920x1080/60fps a 16 Mbps no codec MPEG-4 AVC/H.264. Zoom óptico de 9x. Fotos 3.3 Mpixels. Memórias Fash SD/SDHC/SDXC. Dimensões: L=62.5mm H=123.5mm P=26.8mm. Peso 142g. Preço aproximado de US$ 400.00.

18/mai/2010: O laboratório de pesquisa da emissora NHK (Nippon Hoso Kyokai) do Japão, anuncia o desenvolvimento de uma câmera de vídeo para imagem SHV (Super Hi Vision), ou UHDTV (Ultra High Definition TV), em parceria com a Hitachi. É uma câmera na resolução de 7.680 x 4.320, que tem 3 sensores de imagem CMOS de 33Mpixels.  Transfere imagem a 74Gbps através de um cabo. Estará sendo exibida ao público em Open House 2010. Fonte NHK.

05/ago/2010: A Sony anuncia o lançamento da filmadora Handycam Full HD, NEX-VG10, também no mercado japonês com início da comercialização a partir de 10 de setembro (filmadora já anunciada nos EUA em julho). É a primeira filmadora da categoria com lentes intercambiáveis, com a mesma montagem (encaixe de lente) das novas câmeras digitais com lentes intercambiáveis NEX-5 e NEX-3 (NEX = New E mount Experience). Utiliza o sensor Exmor APS HD CMOS do tamanho APS-C de 14.2Mpixel (veja a comparação do tamanho do sensor com um de 1/2.88" utilizado em HDR-CX550V, na imagem abaixo). Filma na resolução de 1920x1080/60i em até 24Mbps no formato AVCHD (não é possível filmar em 24p e 60p). Tira fotos de 4.592x3056 (14Mpixels) em JPEG. Armazenamento da imagem é feito em cartão de memória do tipo Memory Stick Duo/PRO-HG Duo ou SDXC/SDHC/SD. Vem montada com uma lente com zoom de 11x (18-200mm F3.5-6.3). Preço esperado em torno de ¥200.000 (US$ 2,200.00), e nos EUA em torno de US$ 2,000.00. Veja mais detalhes do produto no site da Sony.


19/jan/2011: A Canon anuncia a sua nova filmadora profissional ultra compacta, primeira que grava no formato AVCHD, modelo XA10. Grava na resolução Full HD de 1920x1080/60i, 30p ou 24p, com taxa de transferência de até 24Mbps. Tem sensor HD CMOS PRO de 2.37Mpixels (efetivo de 2.07Mpixels) de 1/3", o mesmo utilizado nos modelos superiores XF105/XF100. A dimensão de cada célula do sensor é de 2,75µm que captura mais luz, e a distância entre a microlente do chip e fotodiodo foi reduzido para garantir a incidência de luz sem perda, e com o aumento do fotodiodo, a luminosidade mínima necessária, foi reduzida para 3lux. Processador de imagem é o DIGIC DVIII. Zoom óptico de 10x. Tem memória interna de 64GB, podendo adicionar até 2 cartões de memória SDXC/SDHC/SD e pode fazer gravação simultânea de Back-up. A sua alça que pode adicionar microfone XLR e que tem funções como zoom, infravermelho (IR), etc. é removível. Pode gravar imagens com infravermelho num ambiente escuro. O peso só do corpo é de 775g. O início da comercialização está prevista para meado de março a preço estimado de US$ 2,000.00. Veja detalhes no site da Canon.


Anuncia também o lançamento da filmadora dirigido ao mercado consumidor high-end, baseada na filmadora acima, o modelo top da série VIXIA (iVIS no Japão), HF G10. As principais características como lente, sensor, processador, etc. são iguais, não tendo alça (nem pode ser adaptado), por isso com menos recursos e também com memória interna de 32GB, tambérm possui 2 slots de cartão de memória SD. O início da comercialização também será no meado de março a preço estimado de US$ 1,500.00. Detalhes desta filmadora no site da Canon. As filmadoras podem utilizar o novo microfone sem fio de Bluetooth, WM-V1, que pode atingir até 50m. O início da comercialização está prevista para meado de maio a preço estimado de US$ 250.00.

30/set/2011: O binóculo digital que faz gravação Full HD anunciada pela Sony America, também será comercializada no Japão a partir de novembro. Os modelos DEV-3 e DEV-5, são binóculos com Zoom óptico de até 10x que fazem gravações de vídeos 2D Full HD e 3D, ou seja, também são filmadoras de alta definição Full HD e 3D. No caso do DEV-5, tem Zoom digital de até 20x e GPS integrado. Na gravação 3D chega a Zoom óptico de 5.4x. O áudio é estéreo Dolby Digital. Formato de vídeo AVCHD 2.0. Taxa de transferência é de até 28Mbps e armazenadas em Memory Stick ou cartão SD (SD/SDHC/SDXC). Nos EUA estarão disponíveis em novembro a preço de US$ 1,400.00 (DEV-3) e US$ 2,000.00 (DEV-5) e no Japão o DEV-5 em 1º de novembro a ¥210.000 e DEV-3 em 11 de novembro a ¥130.000. Detalhes no site da Sony.

04/nov/2011: A Canon está entrando definitivamente no mercado de Holywood, lançando Digital Cinema Camera, para produção de filmes de alta definição, trata-se da Canon Cinema EOS System. A filmadora que terá início de comercialização em janeiro de 2012 é o EOS C300 com montagem EF, tem sensor CMOS Super 35mm de 8.29Mpixels, gravando imagem Full HD no formato MPEG-2 (MPEG2 422@HL compliant), e o arquivo no formato MXF (Material eXchange Format), armazenando em 2 cartões de memória CF. O preço previsto é de US$ 20,000.00 nos EUA e de ¥1.500.000 no Japão. Também dará início a lançamento de 7 novas lentes. Em março colocará no mercado EOS C300 PL com montagem PL. Mais detalhes no site da Canon, e veja alguns filmes gravados com esta filmadora no site Canon Cinema EOS

Veja também:
Filmadora
Filmadora de vídeo
Filmadora Full HD compacta
Imagem de alta definição
Pixel e imagem digital
Formato de tela e relação de aspecto
Câmera digital
Imagem RAW
Gravador de áudio portátil
Microfone

11 de outubro de 2009

Filmadora de Vídeo (Camcorder)

CAMCORDER (video CAMera reCORDER) é um aparelho eletrônico que captura a imagem, transforma em sinais elétricos e armazena em algum dispositivo (mídia). Ou seja, é composto de câmera de vídeo e gravador.

Até chegar no formato atual, ocorreram grandes transformações desde os seus primeiros ancestrais.

Como todo equipamento eletrônico do passado, era baseado em seu principal componente, a válvula eletrônica. CRT (Cathode Ray Tube) ou tubo de raios catódicos, também é uma espécie de válvula eletrônica. Nas primeiras câmeras de vídeo (Video Camera) utilizadas nas emissoras de televisão, entre os finais dos anos de 1930 até os finais dos anos de 1940, a conversão da imagem em sinal elétrico, era feita através de um tubo de Iconoscópio (Iconoscope Tube), desenvolvida pela RCA (Radio Corporation of America). Depois a RCA desenvolveu a Image Orthicon Tube, e em 1950 lançou o tubo de Vidicon, bem menor,  e foi a tecnologia que dominou o mercado por um longo período, até a entrada do CCD, no início dos anos de 1980.

Um grande problema permanecia no período inicial, o armazenamento de vídeo. Por isso, quase toda a programação de TV desta época era ao vivo. Como a única mídia disponível na época para guardar uma imagem, era o filme, o armazenamento de uma programação de TV, era feito através de Cinescópio (Kinescope), ou também conhecido como telegravação (tele recording). Era um processo onde, uma filmadora de 16mm ou 35mm, era colocada em frente a um monitor de vídeo, e fazer a filmagem. Mas devido a diversos problemas técnicos (só de pensar um pouco, já dá para imaginar um monte!), a qualidade da imagem era péssima. Por causa disso, alguns programas eram filmados, para a posterior apresentação. Popularmente, a palavra cinescópio acabou virando sinônimo de tubo de raios catódicos (CRT), ou tubo de imagem.

Apesar do péssimo resultado obtido na experiência em utilizar uma fita magnética, pelo cantor Bing Crosby, em 1951 (cansado de fazer apresentações ao vivo, procurava uma solução, como muitos), a AMPEX lançou em 1956, o VIDEO TAPE (fita de vídeo), que finalmente resolveu o problema de armazenamento de vídeo.

Os primeiros gravadores de fita magnética de vídeo (Video Tape Recorder) eram enormes e complicados. Mesmo com a redução, para fazer uma gravação externa, precisava de duas pessoas, uma para filmar e um técnico para carregar e operar o gravador.

A primeira filmadora de vídeo portátil, foi a da Sony, DV-2400, lançada em 1967. Apesar de ser em dois módulos interligados por um cabo, era possível carregar por uma só pessoa. Uma câmera de vídeo e um gravador a tiracolo.

Em 1975 a Sony lançou o gravador para a fita de videocassete Betamax. Logo no ano seguinte, a JVC (Japan Victor Compay), lançou o gravador para a sua fita de videocassete VHS (Video Home System, originariamente era a sigla de Vertical Helical Scan, a sua tecnologia de gravação), que mais tarde, acabou ganhando a batalha contra a Betamax da Sony.

Em 1982 a Sony lançou a Betacam, a primeira filmadora de vídeo com a câmera e o gravador num só corpo. Seria a primeira Camcorder de uso profissional. Neste mesmo ano a JVC lançou a filmadora com um gravador bem compacto, de fita VHS-C (videocassete compacto), HR-C3, que apesar de ser em dois corpos, podiam ser utilizados, montados num suporte, como um só corpo.

No ano seguinte (1983), a Sony lançou o seu primeiro Camcorder dirigido ao mercado consumidor, BMC-100, que utilizava a fita de videocassete Betamax, mas ainda era grande e precisava apoiar no ombro.

Em 1984, a JVC lançou o Camcorder GR-C1, que usava a fita VHS-C. Muitos consideram como o primeiro tudo em um. Conseguia carregar com uma só mão.

Em 1985, a Sony lançou o Camcorder CCD-V8, com a fita Video8, videocassete compacto, para concorrer com a VHS-C. O seu peso era de 1,97Kg. Mas o lançamento de grande sucesso da Sony, foi o CCD-TR55, de 1989, que pesava apenas 790g.

A grande popularização de Camcorders, começaram com a introdução destas fitas compactas, e a consequente redução, tanto no tamanho como no peso, inclusive no preço.

Estas fitas gravam numa resolução entre 230 a 250 linhas, a metade da resolução do TV (NTSC, PAL-M). Foram lançadas as fitas Super VHS pela JVC e Hi8 pela Sony, que melhoravam bem a resolução.

Com esta pequena retrospectiva, ficou bem nítida a batalha pela liderança entre a Sony e a JVC, neste mercado.

Filmadora (Camcorder) Digital

Em 1995, Sony, JVC, Panasonic e outros fabricantes, lançaram o Camcorder digital para a fita DV (Digital Video), e logo depois lançaram a fita MiniDV. A gravação é feita com a resolução de 720x480 (NTSC), podendo ser no aspecto de 4:3 ou 16:9 (wide).

Em 2003, foi introduzida a tecnologia de alta definição HDV usando a mesma fita MiniDV. E em 2006 a tecnologia AVCHD.

Com o início dos Camcorders digitais, o meio de armazenamento, finalmente deixou de ser somente a fita magnética. Surgiram o Mini DVD/BD (8cm), o HDD (Hard Disk Drive) e a memória Fash (SD, Memory Stick, etc.). E também os híbridos (mais de uma mídia). Complicando bastante a decisão de escolha dos consumidores.

Por que 720x480?: Em sistemas de TV, NTSC e PAL-M, que utilizam o padrão de 525 linhas, a imagem acabou ficando com a resolução de 720x480 pixels digitalizada. Mas pensando na relação de aspecto de 4:3 (640x480) ou de 16:9 (852x480), a conta não bate. Considerando diversos sinais de sincronismos, inclusive o sincronismo com o áudio, e outros fatores, os técnicos chegaram numa resolução de 711x486 digitalizada, mas para a facilidade dos fabricantes em produzir os equipamentos de vídeo digital, ficou definida como 720x480. Maior do que 4:3 e menor do que 16:9. No 16:9, é comprimida horizontalmente, utilizando o princípio da lente anamórfica (squeeze), para não ocorrer muita perda na qualidade. O acerto é realizado pelo Codec MPEG-2, utilizado na compactação, apresentando a imagem correta na reprodução. Por isso, em muitos softwares, que não fazem a correção, a foto capturada da imagem de um DVD, fica deformada (gordinha ou magrinha, dependendo do seu aspecto original).

Veja também:
Filmadora
Filmadora de alta definição
Filmei, e agora?
Filmadora Full HD compacta
Formatos de vídeo HD
Imagem de alta definição

7 de outubro de 2009

Filmadora

Filmadora (movie camera) é um tipo de câmera fotográfica, que tira uma sequência de imagens, numa tira de filme, que tem um movimento intermitente, ou seja, é tirada uma imagem, o filme movimenta, para, e tira uma outra imagem, e assim por diante. Cada imagem é chamada de quadro (frame). A velocidade da filmagem é medida em quadros por segundo (frames per second). Para assistir, o projetor executa o mesmo procedimento de movimento, na mesma velocidade, criando a ilusão de imagem em movimento. No filme comercial é utilizada a velocidade de 24 quadros por segundo. Mais do que suficiente para o cérebro não perceber a intermitência da imagem.

As primeiras filmadoras surgiram nos finais do século 19. A identificação do filme é feita pela sua largura, medida em milímetros. Existiram diversos tamanhos, desde 8mm até 75mm, mas os mais conhecidos são de 8mm, 16mm, 35mm e 70mm em Imax.

35 mm: Em 1909 foi considerado como padrão e é utilizado até hoje para filmes comerciais. Este filme acabou ficando como padrão também para as máquinas fotográficas.

16 mm: Foi introduzido em 1923, na tentativa de popularizar a filmagem.

8 mm: A popularização ocorre realmente com o 8mm, iniciado em 1932. Começando a filmagem amadora e o cinema caseiro. Junto com o filme de 8mm, foi muito popular o sistema Double 8 (duplo 8), que utilizava um filme de 16mm, que inicialmente filmava na metade do filme, acabando, virava e filmava na outra metade, após a revelação era cortado no meio e emendado.

Em 1965 foram lançados os filmes de 8mm em cartucho (cassette), simplificando bem o seu manuseio. Neste filme a perfuração foi reduzida, e por isso a área para a imagem ficou ampliada. A Fuji Film lançou o Single-8 (em vez de rapid 8, por causa do Super 8 da Kodak), junto com a filmadora Fujica single-8 P1. O da Kodak chamava Super 8, que ficou bem mais popular mundialmente. Apesar de utilizarem o mesmo tipo de filme, eram incompatíveis, por causa do cartucho ser diferente. A filmadora ficou realmente portátil e elétrica, operada a bateria e algumas com a capacidade para a gravação de som. Até hoje existem adeptos, apesar da dificuldade em encontrar o filme, alegando que a imagem produzida na película de um filme é bem superior a da filmadora digital. Após a revelação, é feita a digitalização e a edição.

Relação de aspecto dos filmes

Nos filmes comerciais, a relação de aspecto da imagem passou por diversas mudanças. A padronização do formato da academia nos filmes de 35mm, inicialmente era de 1.37:1 (bastante próxima da TV, que é de 4:3). Veja mais em Formato de tela e relação de aspecto.

Em 1952, para incentivar o cinema, que sofria a grande concorrência da TV, a Twentieth Century Fox, introduziu a tecnologia de widescreen, chamada de CinemaScope. Com a utilização de lente anamórfica, que comprime a imagem na horizontal para a metade (2:1), no mesmo filme de 35mm, conseguiu-se a filmagem com a relação de aspecto de 2.35:1. Na projeção, utilizando uma lente anamórfica complementar, a imagem é recuperada no formato original, e apresentada numa tela ampla.

A utilização da lente anamórfica, era para ter o aproveitamento máximo da área do filme de 35mm, pois se utilizasse uma lente normal, ficaria uma boa área em vazio, e reduzindo a qualidade da imagem (imagem muito pequena, como mostra a figura). Assim não houve a necessidade em alterar o filme para 70mm, e consequentemente todos os equipamentos envolvidos (até na projeção). O maior fornecedor da lente anamórfica é a Panavision.

Desde 1970, a relação de aspecto mais comum para os filmes de 35mm, que gravam trilhas sonoras nas laterais, é de 1.85:1, para não anamórficos (um pouco maior do que 16:9), e de 2.39:1 (ou 2.40:1 arredondado) para anamórficos.

Anamórfico vem da palavra grega anamorphosis, que significa remodelar.

Veja também:
Filmadora de vídeo
Filmadora de alta definição
Filmadora Full HD compacta
Formatos de vídeo HD
Filmei, e agora?