14 de dezembro de 2010

Porta-retratos digital

Com câmeras digitais, houve redução drástica na impressão de fotos, e por consequência, o porta-retratos para não se tornar uma peça de museu, precisou inovar, adaptando-se a novos tempos, tornando-se também digital. Embora em alguns países estejam obtendo sucesso, no Brasil está difícil de decolar. Talvez seja por causa de preço não muito atraente e/ou por desconhecimento de todos os recursos que ele pode oferecer como, tocar músicas, relógio despertador, calendário, atualização automática de imagens através de internet, reproduzir vídeos, etc., ou seja, deixou de ser somente porta-retratos. Hoje, existem no mercado mundial, variedades que oferecem recursos diversos e em boa resolução de imagem, inclusive em imagens 3D autoestereoscópica (sem óculos). Talvez a denominação de porta-retratos digital (Digital Photo Frame) esteja sendo associado como se fosse somente de fotos.

Tamanho de Tela

Os tamanhos mais encontrados comercialmente são de 7 a 20 polegadas (medida diagonalmente como em display), mas é possível encontrar de até 42". Os mais populares são de 7 a 10 polegadas.


Na ilustração acima, alguns porta-retratos grandes. Digital Spectrum, MV-1700 Plus de 17", resolução de 1280x1024 que aceita fotos JPEG, áudios MP3 e vídeos MPEG-1/2/4, preço em torno de US$ 290.00. Aluratek ADMPF119 de 19", resolução de 1440x900, 2GB de memória interna, fotos JPEG, áudios MP3, preço em torno de US$ 300.00. Piximodo, Reflection 20 de 20", resolução de 1280x960, memória interna de 1GB, fotos JPEG, áudios MP3/WMA, vídeos MPEG-1/2/4, AVI e WMV, preço em torno de US$ 300.00. Big E Frame, BIG42HDW de 42", backlight de LED, resolução de 1920x1080, memória interna de 2GB, Wi-Fi, preço em torno de US$ 1,600.00.

Formato de Tela

Formato de tela é um problema, pois não existe uma padronização, podendo criar distorção na imagem, dependendo do porta-retratos. É possível encontrar na relação de aspecto de 4:3, 15:9, 16:9, 16:10, 2:1, etc., por isso faça uma escolha correta, escolhendo um porta-retratos que tenha relação de aspecto mais próxima de suas imagens, ou então editar, alterando a relação de aspecto.

Definição de imagem

Definição de imagem é outro item onde há uma grande variação, afetada também pela variedade na relação de aspecto. Mas na resolução vertical, é comum encontrar valores como, 480, 600, 768, 900, 1024 e 1080, dependendo do tamanho da tela.


Na ilustração acima, alguns porta-retratos mais recentes de fabricantes japoneses, com as suas resoluções e alguns de seus recursos. Onkyo, LPF10M01 de 10.1", resolução de 1024x600, tela LCD com backlight de LED, memória interna de 512MB, fotos JPEG, áudios MP3/WMA, vídeos AVI/MP4, relógio despertador, calendário, pode ser utilizado como monitor (sub display), e como tem entrada HDMI, pode ser conectado um BD Player ou outros equipamentos que necessitem de display com entrada HDMI, preço em torno de ¥19.800 (US$ 210.00). Sony DPF-XR100 de 10.2", resolução de 1024x600, tela LCD com backlight de LED, memória interna de 2GB, fotos JPEG/BMP/TIFF/RAW, áudios MP3/AAC/LPCM, vídeos MPEG-1/4 (MP4), MPEG-4 AVC/H.264, AVCHD e Motion JPEG, relógio despertador, calendário, tem conector de saída HDMI e por isso pode ser conectado a um HDTV, preço em torno de US$ 250.00. Panasonic MW-20 de 9", resolução de 800x480, memória interna de 2GB, fotos JPEG, áudios AAC/MP3/WMA, vídeos iPod/iPhone (tem conector para iPod Dock), preço em torno de ¥23.000 (US$ 240.00). Pioneer Happy Frame HF-A820 de 8", resolução de 800x600, memória interna de 2GB, fotos JPEG, áudios MP3/WMA, vídeos Motion JPEG, relógio despertador, calendário, preço em torno de ¥17.000 (US$ 200.00).

Cartão de memória Flash

Por serem porta-retratos, aceitam quase todos os tipos de cartões de memória flash utilizados em câmeras digitais como, SD/SDHC/SDXC/MMC/xD/MS/MS Duo/CF, etc. e até Pen Drive (USB Memory).

Fotos

O formato de imagem mais aceito por todos os porta-retratos é o JPEG, mas alguns aceitam também TIFF, BMP e outros.

Áudios

Geralmente são dotados de dois alto-falantes para reproduzir áudio estéreo, pode ser para ouvir músicas em MP3, AAC, WMA, LPCM, etc., slide-show com música, assistir a vídeo com áudio, alarme do relógio, etc.

Vídeos

A maioria é capaz de reproduzir vídeos nos formatos MPEG-1/2/4, AVI, WMV, MP4, Motion JPEG, etc. ou ainda AVCHD.

Molduras

Apesar de ser um display digital, como a função principal é de porta-retratos, muitos fabricantes oferecem variedades de molduras como atrativo de venda, desde os clássicos imitando a madeira, até os designs bem modernos. Ele pode ser utilizado também como um quadro na parede. Também é possível encontrar em molduras dirigidas ao público feminino como da Elecom "La Maison de Mémoire", série DPF-D7WW1 Eternity Love, com opções nas cores preta, rosa e branca, é um porta-retratos de 7" com resolução de 800x400 e tem o preço em torno de ¥9.980 (US$ 117.00).

Recursos

Por ter porta USB, é possível encontrar porta-retratos com diversos recursos e finalidades como, fazer impressão da imagem conectando a uma impressora. Muitos têm a função também de relógio despertador e de calendário e ainda apresentar imagem de um relógio. É possível programar para ligar e desligar na hora programada ou que desligam automaticamente com a ausência de luz. Pode ter conector HDMI de entrada ou saída com HDCP (High-bandwidth Digital Content Protection) e por isso pode ser utilizado como display para BD Player ou então conectar a um HDTV. E vários outros recursos.

Porta-retratos Wi-Fi

Alguns modelos incluem Wi-Fi e podem ser conectados à rede ou internet. Pode ter o seu próprio endereço de e-mail ou outros acessos e receber fotos automaticamente. Na ilustração, porta-retratos com capacidade Wi-Fi da Toshiba e Kodak. Toshiba, DMF 102XKU de 10.1", resolução de 800x480, memória interna de 1GB, fotos JPEG/TIFF/BMP, áudios MP3/WMA, vídeos MPEG-1/2/4, relógio despertador e calendário, preço em torno de US$ 250.00. Kodak Pulse Digital Frame de 10.4", resolução de 800x600, memória interna de 512MB, fotos JPEG/EXIF, preço em torno de US$ 200.00.

Porta-retratos com imagens pré-instaladas

Alguns fabricantes oferecem ainda porta-retratos com imagens pré-instaladas. DreamMaker disponibiliza 8 séries de DMFART com imagens de pinturas famosas ocidentais e ukiyo-e japonês, Museu de Arte Digital, em torno de  40 a 55 obras, tela de 19", resolução de 1280x1024, memória interna de 2GB, fotos JPEG, áudio MP3, vídeos MPEG-1/2, preço ¥46.800 (US$ 550.00). Kaga Highteh com imagens do desenho animado One Piece, Digital Photo Frame Episode II, porta-retratos é da Kodak EasyShare P725 que tem tela de 7" na resolução de 800x600, preço ¥16.800 (US$ 195.00).

Porta-retratos 3D

Atualmente com imagens 3D em crescimento, vem aumentando a oferta de porta-retratos com imagens 3D. A imagem é autoestereoscópica (sem óculos), na tecnologia de barreira de paralaxe ou lente lenticular. Conheça detalhes em Imagens 3D estereoscópica.


Na ilustração acima, alguns porta-retratos com telas 3D. Viewsonic 3D Multimedia Digital Photo Frame, 3DPF8 de 8" na resolução de 800x600, preço US$ 180.00. Aiptek, Portable 3D Display, APF21X de 8", resolução de 800x600, peço US$ 200.00. Exemode, PF-3D8 de 8", resolução de 800x600, preço em torno de ¥24.800 (US$ 290.00). Fujifilm Fine Pix Real 3D V1 de 8", resolução de 800x600, preço em torno de ¥31.000 (US$ 360.00). Nikon 3D Digital Photo Frame NF-300i de 7.2", resolução de 800x600, não há venda do produto, pois é destinado aos membros da my Picturetown 3D.

Veja também:
Câmera fotográfica
Câmera digital de lente intercambiável sem espelho
Formato de tela e relação de aspecto
Formatos de vídeo HD
Pixel e imagem digital
Tecnologias de display HD
Imagem RAW

15 de novembro de 2010

Como escolher uma HDTV

Já publiquei várias postagens relacionadas a HDTV, mas como surgem muitas dúvidas na hora de decidir por uma HDTV, resolvi escrever um resumo dos itens mais importantes que devem ser avaliados. Passo a passo, para facilitar e auxiliar na decisão. Para entender melhor a terminologia utilizada ou aprofundar no assunto, inclusive após a compra, entre no link das postagens relacionadas no final da página.

1. Tecnologia

Plasma

A qualidade da imagem para assistir a um filme nesta tecnologia é indiscutível, pois as cores são mais naturais, tem alto contraste (preto com ausência de luz) e tempo de resposta rápido (0,001ms - milissegundo), apresentando imagem de alta qualidade mesmo em movimentos rápidos. Tem ótimo ângulo de visão (mesma qualidade de imagem em qualquer posição que estiver assistindo). Normalmente são de telas maiores (acima de 32 polegadas). É mais recomendada para ambientes que não tenham alta claridade. Por isso é a tecnologia preferida para quem tem Home Theater.  Em geral, tem consumo de energia maior do que LCD e um pouco mais pesada.

Hoje os principais fabricantes, estão resumidos basicamente em Panasonic, LG e Samsung, pois haviam muitas expectativas com relação às novas tecnologias que poderiam concorrer com o plasma, na qualidade de imagem, como OLED, que ainda não conseguiu viabilizar para concorrer com preços, em telas grandes de HDTV. FED e SED estão praticamente abandonadas.

LCD

Com a tecnologia básica de LCD, perde na qualidade de imagem comparada com a de plasma. Tem baixo contraste, pequeno ângulo de visão (qualidade de imagem ruim para quem estiver nas laterais, superior ou inferior da tela) e baixa qualidade na imagem de ação (movimentos rápidos), por causa do tempo de resposta lento (em torno de 8ms, as melhores chegam a 3ms).

Por ter iluminação traseira (backlight) de lâmpada fluorescente (CCFL), tem alto brilho, por isso é ótima para assistir em ambientes com bastante claridade.  Pessoas que gostam de assistir a programas com muita iluminação e cores vivas, como programas de auditório ou desenhos animados, sentem-se atraídas pela imagem desta tecnologia. O brilho ou a luminosidade do painel é dada na unidade de cd/m² (candela por metro quadrado) que normalmente em HDTV varia entre 450 a 1.000 cd/m².

Para melhorar a qualidade da imagem do LCD, foram desenvolvidas diversas implementações tecnológicas. A seguir as principais delas.

Backlight de LED: Conhecido também como HDTV de LED. Com a substituição do backlight de lâmpada fluorescente para LED, além de reduzir o consumo de energia e deixar o painel mais fino, consegue aumentar o contraste fazendo o controle dos LEDs por zona (apagando quando é preto). No edge light, onde os LEDs ficam nas 4 bordas do painel, conseguem deixar o painel ainda mais fino, mas reduz a flexibilidade de controle de iluminação por zona.

Painel IPS: Várias tecnologias como IPS, que controlam o alinhamento do cristal líquido, conseguem direcionar melhor as luzes e aumentar o ângulo de visão.

Refresh rate maior: O aumento do refresh rate (taxa de atualização de imagem na tela) para 120Hz, 240Hz ou 480Hz, conseguiu melhorar a qualidade da imagem em movimentos rápidos. Normal é de 60Hz.

2. Resolução de imagem e formato de tela

O formato de tela de uma HDTV é widescreen, que tem relação de aspecto de 16:9 (mais retangular do que o padrão de 4:3, que é mais próximo de quadrado)

Apesar de alta definição começar na resolução de 1.280x720p, as resoluções de imagens mais encontradas em HDTV no Brasil são de 1.366x768 e 1.920x1.080 (Full HD). Para tamanho de tela de até 26 polegadas, praticamente são todas de 1.366x768. Full HD começa a aparecer em tamanhos maiores do que 32 polegadas (no primeiro mundo, existem a partir de 20"). Se tem condição de comprar, prefira Full HD, pois tanto as transmissões de HDTV como as imagens do Blu-ray Disc são Full HD.

3. Tamanho da Tela

Apesar de cada um ter o seu gosto, o recomendado é que a altura da tela seja 1/3 da distância em que irá assistir. Por exemplo, se vai assistir a 150cm (1,5m) da HDTV, a altura da tela deve ser de 50cm (150/3), utilizando a tabela abaixo, na linha da altura, procure a medida mais próxima, que neste caso é de 49,8cm, portanto seria uma HDTV de 40 polegadas (na linha HDTV 16:9). A medida da largura pode ajudar na definição do espaço necessário para colocar o aparelho, mas lembre-se que a medida é só da tela, precisa adicionar as bordas. Se estiver difícil a visualização da tabela, clique na imagem para ampliar.


Caso queira comparar o tamanho da imagem (altura) em relação à TV padrão de 4:3, utilize a última linha da tabela (SDTV 4:3 equivalente), que no caso do exemplo acima, o tamanho da imagem é equivalente à TV padrão de 33 polegadas, porém mais comprida lateralmente por ser widescreen (16:9). Portanto, se quer que o tamanho da imagem continue sendo equivalente à sua atual TV padrão, por estar satisfeito, utilize os dados desta linha para achar uma HDTV equivalente, como por exemplo, se a sua TV padrão é de 26 polegadas, HDTV que tem o tamanho de imagem equivalente é a de 32 polegadas.

4. Conversor para TV Digital

Ainda, uma boa parte das HDTVs não tem o receptor de TV digital integrado, só tem o receptor de TV analógica, ou seja, é TV analógica com display digital de alta definição, por isso é conhecida como HDTV Ready (está preparada para ser, mas não é). Neste caso é necessário comprar um conversor digital externo, para poder assistir a TV digital de alta definição (compre o que tiver saída HDMI). Se não quer ter o módulo de conversor digital externo incomodando (por isso é conhecido também como set-top-box, apesar de não poder mais colocar sobre a TV), compre uma que já tem o receptor digital integrado (são mais caras).

Muitas pessoas que têm HDTV Ready, ou até as que têm HDTV (vem também com o receptor analógico), estão assistindo a imagem de TV analógica achando que é digital (em alguns casos, com a imagem esticada lateralmente para preencher a tela). Antes do término da transmissão analógica prevista para 2016, todas as HDTVs deverão sair da fábrica obrigatoriamente com o receptor de TV digital integrado.

5. Contraste

Alto contraste é uma especificação importante, pois envolve a qualidade da imagem, principalmente nas cenas em ambientes escuros, por isso os fabricantes utilizam o alto contraste como atrativo em suas HDTVs, mas tome muito cuidado, não seja enganado com contraste dinâmico, pois não existe um padrão de medição e é obtido somente num só modo de exibição. Procure saber o contraste nativo, que é o mais importante e serve como parâmetro para comparação. O problema é que muitos fabricantes só informam o contraste dinâmico.

6. Atualização de Firmware

A capacidade em atualizar o firmware, seja através de uma porta USB, cartão de memória ou internet, seria muito desejada. A atualização de firmware pode ser para correção de problemas ou melhorias no desempenho e recurso da HDTV, ou seja, para mantê-la atualizada. É interessante cadastrar no site do fabricante para poder receber informações sobre as atualizações de firmware da sua HDTV, caso exista este tipo de serviço.

7. Conexões

Quanto mais capacidade de conexão tiver é melhor. Deve ter pelo menos, todos os tipos de conectores de áudio e vídeo, tanto analógicos como digitais e principalmente o HDMI, em maior número possível (se for utilizar um conversor digital externo, um já vai ficar ocupado). Muito útil se tiver a capacidade de conexão na rede (LAN) e ter certificação DLNA, USB, cartão de memória flash, etc.

8. Recursos Adicionais

Quaisquer outros recursos adicionais são interessantes, mas obviamente encarecem o produto. Analise bem a utilidade de cada recurso, para não pagar coisas que nunca vai utilizar.

9. Decisão Final

Uma vez com opções de alguns modelos na mão, o interessante mesmo é ir à prática, ou seja, conhecer a qualidade da imagem de cada uma delas, para poder comparar e tomar a decisão final. Como nas lojas, as imagens das HDTVs ficam no modo de loja, que são fortes para se destacarem perante outras, peça ao vendedor colocar em modos diferentes de imagem e assim fazer a comparação. Escolha uma loja que tenha a claridade de ambiente mais próxima de onde vai ficar a sua HDTV.

HDTV 3D: Existem pessoas que estão aguardando pela HDTV 3D para comprar, mas por enquanto, além de ser muito cara, tem pouquíssimos conteúdos (precisa também de Blu-ray Player 3D). Apesar da grande aposta e dedicação dos fabricantes, o sucesso da HDTV 3D ainda não está totalmente garantida. A tecnologia de Frame Sequential que necessita de óculos ativos, está mais presente na maioria das HDTVs 3D, que para algumas pessoas é cansativa, não devendo ficar muito tempo assistindo em 3D. Estão lançando os autoestereoscópicos (sem óculos) e também com a tecnologia de luz polarizada, que utiliza óculos passivos. Com certeza é uma diversão e tanto, mas para quem não tem muita disponibilidade financeira, o melhor mesmo é comprar HDTV normal de 2D e aguardar os acontecimentos. Veja mais detalhes em HDTV 3D e Imagens 3D estereoscópicas.

Para saber detalhes complementares ou tirar dúvidas, veja as seguintes postagens:
HDTV
HDTV: LCD ou Plasma
Tecnologias de display HD
Imagem de alta definição
Formato de tela e relação de aspecto
Refresh rate
TV digital
Recepção de TV digital
TV digital SBTVD / ISDB-TB

Veja também:
Pixel e imagem digital
Cabos para áudio e vídeo
Upscaling e upconverting
x.v.Color e Deep Color
1080i 1080p 1080/24p

3 de novembro de 2010

Câmera digital de lente intercambiável sem espelho

Vem aumentando a oferta de uma nova categoria de câmera digital que poderia ser considerada intermediária entre a câmera digital compacta (point & shoot) e câmera DSLR (Digital Single Lens Reflex), diferente da Bridge Camera. É a câmera digital de lente intercambiável sem mecanismo de espelho (MILC - Mirror-less Interchangeable Lens Camera). Ainda não existe uma denominação definida para esta classe de câmera, por isso são chamadas também como EVIL (Electronic Viewfinder Interchangeable Lens), ILC (Interchangeable Lens Camera), Micro Camera (Micro), etc.

Apesar da Leica ter colocado no mercado, câmera digital sem espelho com lente intercambiável e sensor grande em 2006, por ser de uma tecnologia distinta (sistema rangefinder e de alto custo), o desenvolvimento do sistema Micro Four Thirds pela Panasonic e Olympus, e o lançamento da câmera Panasonic Lumix DMC-G1 no final de 2008 é considerada como a primeira câmera digital sem espelho desta nova categoria. Existe a câmera Ricoh GXR, mas a troca é feita em módulo de lente e sensor.

Neste tipo de câmera, não existe o mecanismo de espelho e nem o pentaprisma (pentaprism) ou pentaespelho (pentamirror), de uma câmera SLR, por isso tem um corpo menor, porque a lente pode ficar mais próxima do sensor de imagem e o diâmetro de montagem da objetiva é menor, consequentemente o seu peso também reduz bastante (corpo e objetiva).


Na ilustração acima, câmeras com sistema Micro Four Thirds. Panasonic Lumix DMC-GH2 que tem o sensor Live MOS 4/3" multiaspecto de 18.3Mpixels e resolução efetiva de 16.05Mpixels, formato de imagem JPEG, RAW e MPO (imagem 3D), vídeo em AVCHD (1920x1080/60i ou 1080/24p) e Quick Motion JPEG, sensibilidade ISO de 160 a 12.800, display articulado e visor eletrônico (aproximando o olho, seleciona automaticamente), o peso é de 392g (só o corpo), preço para GH2H (kit com lente HD 14-140mm) é de aproximadamente US$ 1,500.00. Olympus Pen Lite E-PL1 com sensor High Speed MOS 4/3" de 13.1Mpixels e resolução efetiva de 12.3Mpixels, imagem JPEG, RAW e JPEG+RAW, vídeo AVI Motion JPEG (1280x720/30fps), ISO 200 a 3.200, só o corpo pesa 296g, preço do kit com lente 40-150mm está em torno de US$ 1,150.00.


Acima câmeras sem espelho, mais recentes da Sony e da Samsung. Sony Alpha NEX-5 com sensor CMOS Exmor APS HD de 14.6Mpixels e resolução efetiva de 14.2Mpixels, imagens no formato JPEG, RAW e JPEG+RAW, vídeo AVCHD (1920x1080/60i) e MP4, ISO de 200 a 12.800, pesa 229g (só o corpo), preço do modelo NEX-5K (lente 18-55mm) é de US$ 700.00. Samsung NX100 com sensor de imagem CMOS APS-C de 15.1Mpixels e resolução efetiva de 14.6Mpixels, ISO 100 a 3.200, imagem JPEG e RAW, vídeo MP4 (1280x720/30), peso 282g (só o corpo), preço sugerido do kit com lente 20-50mm é de US$ 600.00.

Flange Focal Distance - FFD

Por não ter o mecanismo de espelho, a distância focal da flange (Flange Focal Distance ou Flange Back Distance), que é a distância entre o plano de montagem da objetiva (lente) e o ponto focal (sensor de imagem), fica bem menor. Na tabela ao lado, uma comparação de distâncias de algumas câmeras sem espelho e câmeras DSLR.


Na ilustração acima, uma ideia comparativa de câmeras da Panasonic, DSLR DMC-L10 e sem espelho DMC-GH2H, onde ambas têm o sensor de imagem 4/3"; na montagem, L10 é de sistema Four Thirds e o GH2 Micro Four Thirds. Para ter uma ideia, L10 com lente 14-150mm pesa 1.015g e GH2H (lente 14-140mm) pesa 852g (peso sem bateria e memória SD). Para melhor visualização, clique na imagem para ampliar.

Design

Podem ser encontradas em 2 estilos: Compacto e DSLR. Compact-Style: tem o formato e tamanho similar a de uma câmera digital compacta de porte maior. DSLR-Style: o formato é do tipo DSLR, mas é menor do que uma câmera DSLR de menor porte.

Sensor de imagem

Os sensores de imagem (Image Sensor) são grandes e similares aos utilizados em câmeras DSLR mais simples (menor sensor de uma câmera DSLR tem em torno de 4/3" - 17.3mm x 13mm), por isso conseguem captar mais luz e registrar imagens de boa qualidade, mesmo num ambiente com pouca luminosidade. Conseguem registrar imagens muito superiores do que de uma boa câmera digital compacta, que tem sensor pequeno (média em torno de 1/2.3" - 6.16mm x 4.62mm e os maiores chegam no máximo a 1/1.7" - 7.6mm x 5.7mm).

A Olympus e a Panasonic adotaram o sensor 4/3" (Four Thirds System) de 17.3mm x 13mm. A Samsung e a Sony adotaram o tamanho APS-C de 23.4mm x 15.6mm. Veja na ilustração, a comparação de tamanho entre alguns principais sensores.

Visor e Display

Como não tem espelho, não é possível ter o visor óptico através da lente, o TTL OVF (Through The Lens Optical ViewFinder), de uma câmera DSLR. Poderá ter um visor óptico, mas não será TTL e portanto apresentará problema de paralaxe (a imagem do visor fica num ângulo diferente da lente), agravada principalmente em curta distância. Para solucionar ou reduzir este problema de paralaxe, é necessário um complexo mecanismo de correção.

Nas câmeras com design compactas, a tela de display (monitor) digital serve como visor eletrônico (EVF - Electronic ViewFinder) e display de status para acertar as funções da câmera. Nestas câmeras, um visor eletrônico pode ser disponibilizado como um acessório. Já nas câmeras no formato DSLR, vem com o visor eletrônico. Um visor eletrônico não tem a mesma qualidade de um visor óptico TTL, mas algumas câmeras estão utilizando tecnologias que apresentam imagens de boa resolução e cor.

Autofoco - AF

O sistema de autofoco (AF - Auto Focus) utilizado por estas câmeras sem espelho, é a detecção de contraste (Contrast Detection). Como não consegue distinguir se o foco correto está na frente ou atrás, como no sistema de detecção de fase (Phase Detection) utilizado nas câmeras DSLR, acaba sendo um pouco mais lento, tornando-se uma desvantagem nas imagens em movimento rápido como em esportes. Apesar da Panasonic apresentar na sua nova câmera GH2, um AF de 0,1seg, quando utilizada com a lente de alta definição (HD 40-150mm).

Conforme a Panasonic, a precisão do AF no sistema de detecção de fase está em torno de 100 microns (0,1mm) no plano do sensor, e no sistema de detecção de contraste, é mais preciso em até 2 vezes, ou seja, em torno de 50 microns (0,05mm).

A vantagem do AF destas novas câmeras sem espelho, é a flexibilidade, pois poderá definir por várias áreas, por cobertura de área, por detecção de face ou sorriso, por área móvel, seguir alvo, etc.

Montagem da Lente

As montagens (mount), encaixes ou engates das lentes utilizadas nestas câmeras sem espelho, são novas, menores e incompatíveis com os atuais padrões das objetivas de câmeras DSLR. A Olympus e a Panasonic utilizam o novo padrão Micro Four Thirds, que é em torno de 6mm menor no diâmetro do que o sistema Four Thirds. A da Samsung é NX Mount e a da Sony é E Mount, que apesar de grande, é menor do que A Mount utilizada nas câmeras DSLR Alpha. Veja na ilustração, diâmetros de algumas montagens, inclusive de algumas DSLR para fazer comparação.

Adaptadores de Montagem

Muitos fabricantes, inclusive de acessórios, estão disponibilizando adaptadores (Adapter ou Adaptor) para compatibilizar as montagens destas novas câmeras sem espelho, com a montagem das objetivas das câmeras DSLR, podendo assim utilizar as lentes atualmente disponíveis, mas existe o problema de autofoco (AF), são incompatíveis, pois a maioria são do sistema de detecção de fase e portanto o foco acaba se tornando manual. Como exemplo, os adaptadores para Micro Four Thrids para objetivas M Mount e R Mount terão o foco manual e no caso do Four Thirds, funciona o AF somente nas objetivas com detecção de contraste, caso contrário, o foco é manual.


Objetivas (Lentes)

Como vimos acima, as montagens das objetivas são diferentes das utilizadas em câmeras DSLR. A utilização de objetivas das câmeras DSLR, além do problema de foco manual, o tamanho da lente se torna incômoda, por isso o ideal mesmo é utilizar as próprias lentes das novas montagens. Apesar de ter poucas objetivas disponíveis por enquanto, logo deverá aumentar as ofertas com variadas opções.


Na ilustração acima, objetivas com montagem Micro Four Thirds da Panasonic (Lumix G e Leica) e da Olympus (M.Zuiko Digital), que estão disponíveis em maior número de variedades.

Nota: Existem rumores de que os principais fabricantes Canon, Nikon e Pentax, já estão preparando e deverão apresentar em breve, as suas câmeras com lentes intercambiáveis sem espelho.

Atualizações

04/nov/2010: A Panasonic anuncia a nova câmera digital de lente intercambiável sem espelho de design compacto, Lumix DMC-GF2, uma evolução da DMC-GF1. Consideram a menor e mais leve da categoria, com flash embutido. Com a utilização da lente 3D é possível fazer imagens 3D. Montagem Micro Four Thirds. Tem o mesmo sensor do GF1, Live MOS 4/3" de 13.06Mpixels e resolução efetiva de 12.1Mpixels. Sensibilidade ISO 100 a 6.400. Imagens no formato JPEG, RAW e MPO (imagens 3D). No vídeo, agora é possível fazer gravações AVCHD Full HD (1920x1080/60i/50i) e QuickTime Motion JPEG em estéreo. Cartões de memória SDXC/SDHC/SD. A dimensão é de 112.8x67.8x32.8 (mm) e o peso 265g (só o corpo). O início da comercialização está prevista para janeiro de 2011. Veja detalhes no site da Panasonic.

16/nov/2010: A Olympus anuncia a sua nova câmera sem espelho, mais leve do mundo com kit de objetiva zoom, Olympus Pen Lite E-PL1s com montagem Micro Four Thirds. Início da comercialização será de 4 de dezembro no Japão. O corpo é o mesmo da E-PL1 (veja no início da página), melhorando a sensibilidade para até ISO 6.400, mantendo o resto das especificações. Reduzindo o peso da nova objetiva 14-42mm (21g) e no peso da bateria (2g), o peso total do kit ficou em 454g. Não haverá venda somente do corpo. O preço para kit com lente M.ZUIKO DIGITAL 14-42mm, deverá ser em torno de ¥65.000 (US$ 760.00) e o Double Kit, com lente adicional de M.ZUIKO DIGITAL ED 40-150mm, deverá ser em torno de ¥85.000 (US$ 1,000.00). Site japonês da Olympus.

07/fev/2011: A Olympus fez anúncio de que as empresas Carl Zeiss, Schneider-Kreuznach e Komamura, irão lançar lentes e acessórios com padrão de montagem Micro Four Thirds. Por enquanto não há nenhum produto anunciado pelos fabricantes e nem de lançamentos.

08/fev/2011: Hoje a Sony anunciou que a partir de 1º de abril, o padrão de montagem E Mount será livre e aberto, e que as empresas Carl Zeiss, Cosina, Sigma e Tamron receberam com muita satisfação a esta decisão. As empresas terão mais liberdade em lançar lentes e adaptadores, por isso, em breve os consumidores terão muitas opções disponíveis no mercado.

23/set/2011: A Nikon também lança dois modelos de câmeras digitais da série Nikon 1, denominada Advanced Camera com lente intercambiável, Nikon 1 V1 e Nikon 1 J1, que deverão ser colocados à venda a partir de 20 de outubro. Sensor de imagem é o novo formato CX, Super High Speed AF CMOS de 10.1 Mpixel de 13.2mm x 8.8mm. ISO 100 a 3.200, e em manual com opção de Hi1, pode chegar a 6.400. Formatos RAW, JPEG e RAW+JPEG. Vídeo de 1920x1080/60i ou 30p em H.264/MPEG4 AVC e áudio estéreo AAC. Processador de imagem EXPEED 3. Será colocado à venda o adaptador FT1 para a montagem F. A expectativa de preço para V1 é de ¥105.000 (com kit de lente Nikon 1 Nikkor 10mm) no Japão e de US$ 900.00 (com kit de lente Zoom Nikon 1 Nikkor VR 10mm - 30mm) nos EUA. Mais detalhes no site da Nikon.

23/jul/2012: A Canon lança também a sua câmera non-reflex, EOS M (significando Mini, Mobility). Os destaques estão no seu sensor de imagem CMOS de 18Mpixels do tamanho APS-C, venda simultânea do adaptador para montagem EF e sapata para acessórios compatível com demais EOS. Processador de imagem DIGIC 5. Possível armazenamento em RAW e ISO 100 a 12.800 (expansível para 25.600). Gravação de vídeo em 1920x1080 com áudio estéreo. Armazenamento em cartão SDXC/SDHC/SD, inclusive UHS-I. Início da comercialização no Japão será em meado de setembro, a preço de ¥69.000, só corpo. Nos EUA, um kit com lente 22mm é de US$ 799.99. Veja no site da Canon USA.  


Veja também:
Câmera fotográfica
Imagem RAW
Cartão de memória flash
Pixel e imagem digital
Formatos de vídeo HD
Porta-retratos digital

13 de outubro de 2010

Tela de Projeção

Com muito sacrifício conseguiu comprar o tão sonhado projetor de imagem de alta definição para Home Theater, pois nos últimos anos, com a digitalização e avanço da tecnologia, fez com que o preço caísse, ficando mais acessível. Agora onde projetar? Na parede branca? Num lençol branco? Plástico branco? Será que vale a pena gastar mais um pouco e comprar uma tela de projeção? Existe diferença de uma para outra? Influencia na qualidade da imagem? ...? Afinal só ????? Então vou dar uma pequena explicação para que possa ajudar a reduzir as interrogações.

Existem variedades de telas e para aplicações diversas, mas aqui darei ênfase à instalação doméstica de Projetor para Home Theater, de projeção frontal.

Formato da Tela

A relação de aspecto do formato ideal para Home Theater é de 16:9 (wide-screen) ou então para quem tem condição financeira, 2.39:1 (CinemaScope). Existem de 4:3 que é o formato de TV padrão, para quem tem projetor com formato no mesmo padrão ou multimídia. O quadrado de 1:1 é normalmente usado para apresentação de dados (datashow) e retroprojetor (overhead projector).


Tipo de Tela

Fixa: Montada numa moldura para ser fixa na parede.

Retrátil Manual: É barata e de fácil manuseio, pois é só puxar com a mão. Disponível em tela tensionada que tem armações que mantêm a tela firme e esticada e não tensionada, sem armação, que fica mais suscetível a ocorrer irregularidade na tela.

Retrátil Elétrica: É similar ao manual, mas o movimento de sobe e desce da tela é realizado por um motor elétrico, acionado por um interruptor, controle remoto ou então automático pelo acionamento do projetor, se tiver um interface de controle. Também disponível em tensionada e não tensionada. Encontradas em modelos para montar na parede, no teto ou embutida no teto.

Portátil: É recomendada somente quando não é possível utilizar as opções acima, porque o ambiente não permite. Coloca-se somente na hora de utilizar o projetor. Existem variedades de modelos, podendo ser retrátil ou simplesmente enroladas (como mapa), manual ou elétrica, penduradas ou presas em suportes, cavaletes, tripés, etc.


Tela

Material: A tela é geralmente de tecido ou plástico especial com revestimentos para obter o melhor desempenho e qualidade na imagem, dependendo do projetor e ambiente. Não deve ter costura ou emenda e nem criar vinco ou ruga. Pode ser para refletir, absorver ou transmitir a luz. Como no nosso caso é para projeção frontal, a transmissão da luz através da tela, não é desejada. Um dos fabricantes mais tradicionais e fornecedora de grandes telas sem costura e também para outros fabricantes como Kikuchi do Japão, é a Stewart.

Ganho: É a medida de refletividade da luz, comparada com uma tela com camada de carbonato de magnésio ou dióxido de titânio, considerado como padrão (1.0). A medida é tomada por uma luz direcionada e refletida perpendicularmente à tela. Um ganho de 1.2 significa que a tela reflete 20% a mais do que o padrão. Pode ser positivo (maior que 1) e negativo (menor que 1). Tela com ganho muito alto poderá exibir "hot spot" que é um tipo de reflexão borrada de luz, fazendo com que uma parte da tela fique mais brilhosa do que outra. Normalmente quando aumenta o ganho, reduz o ângulo de visão. Tela com ganho positivo, é recomendada para projetores de baixa potência.

Ângulo de Visão: É a medida da distância do centro da tela, na qual ainda é possível ver a imagem na mesma qualidade de quem está no centro. Fora do ângulo de visão, a imagem fica mais escura e com cores distorcidas. Um ângulo de visão de 180°, mantém a qualidade da imagem em qualquer posição, mas acaba espalhando a luz da tela ao ambiente inteiro, e se tiver muita cor clara, acaba refletindo de volta, prejudicando a qualidade da imagem.

Contraste (branca ou cinza): Em termo de ganho, tanto o mate branco (white matte) como o mate cinza (grey matte) são iguais, mas no contraste existe a diferença por causa da aparência escura de cinza. Uma tela cinza reflete menos luz, reduzindo a luminosidade da imagem projetada e luz do ambiente, por isso o preto se torna mais escuro, o branco também se torna menos brilhoso, mas a nossa visão, devido a não linearidade, não sente muita diferença na cor branca, por isso a melhoria no contraste é sentida. Muitos fabricantes denominaram a tela cinza de "alto contraste". Telas cinzas são recomendadas para projetores mais potentes, que são capazes de produzir níveis adequados de luminosidade, onde o branco deve parecer branco à nossa visão.

Microfuros: Existem telas com microfuros, como as telas de cinema, para poder instalar caixas acústicas na parte traseira da tela, permitindo com isso a passagem do fluxo de ar.

Tamanho da tela

Conforme SMPTE (Society of Motion Picture and Television Engineers), numa tela 16:9, o espectador deve estar distante entre 2x a 4x a altura da tela, ou seja, a posição ideal é 3x. Exemplificando, se a altura da tela for de 1m, o espectador deve ficar a 3m de distância. Outros especialistas mencionam que para obter a altura ideal da tela, deve dividir o comprimento do ambiente por 4.5, ou seja, se o ambiente tiver 6m, a altura da tela deve ser de 1,33m (6/4,5). No final, tanto um como outro, o resultado não fica muito longe.

Como a altura medimos em nosso sistema métrico, e o tamanho da tela está na medida diagonal em polegadas, é necessário fazer uma conversão para encontrar o tamanho certo da tela. Para relação de aspecto 16:9, multiplique a altura em cm por 0,803 e terá o tamanho aproximado da tela. Por exemplo, se vai assistir numa distância de 3m da tela, a altura deve ser de 100cm (1m) e o tamanho da tela então será de 80 polegadas (100.0,803=80,3). Na tabela ao lado, algumas telas em polegadas e suas dimensões em cm.

Ambiente

O ambiente ideal para um Home Theater com projetor é de que seja totalmente escuro, ou seja, decoração em cores escuras para que não ocorra nenhum reflexo de luz da tela e não deve permitir a entrada da claridade externa. Para conseguir esta condição, é necessário ter um ambiente preparado exclusivamente para Home Theater, inclusive forrada acusticamente.

Como a maioria das pessoas não pode ter este luxo, o melhor mesmo é reduzir as cores claras do ambiente para minimizar o reflexo de luz e procurar reduzir a entrada da claridade ao máximo, obtendo com isso a melhoria na qualidade da imagem. Se o ambiente tem muita tonalidade clara, uma tela com ganho maior e ângulo de visão menor, irá espalhar menos luz da tela, reduzindo o efeito de luz refletida. De qualquer forma, para ter o melhor resultado na qualidade da imagem, o projetor deverá ser regulado no seu ambiente normal de uso.

Tela CinemaScope

Algumas pessoas acham que com o projetor, assistirá a um filme no formato CinemaScope (2.39:1 e filmes anteriores a 1970 são de 2.35:1), sem tarjas escuras na parte superior e inferior como no cinema e acabam decepcionando. Para um filme padrão na relação de aspecto 1.85:1 não há problema, porque é muito próximo de 16:9 (1.78:1), pois a tarja é tão estreita que praticamente é imperceptível. Diferente do HDTV, no projetor existem alternativas para poder assistir a filmes sem tarjas numa tela CinemaScope, utilizando o zoom óptico da lente do projetor ou com a utilização de lente anamórfica. Nesta linha de telas, é comum ter uma pequena curvatura, em vez de plana como as outras.

Zoom: Neste caso é bastante simples, pois é só ter a tela de projeção no formato 2.39:1, ampliar a imagem utilizando o zoom óptico da lente e posicionar o projetor para que enquadre a imagem dentro da tela, deixando as tarjas escuras fora da tela. É necessário configurar (caso seja possível) no BD Player, para que a legenda fique dentro da imagem e não na tarja. Em imagens de outros formatos, é só tirar o zoom, por isso compre uma tela do tamanho em que a imagem normal sem zoom, enquadre perfeitamente na altura.


O problema é que além de perder a luminosidade, pois está utilizando somente parte da resolução do projetor, as tarjas não são realmente escuras (ausência total de luz) e por isso acabam gerando uma certa claridade incômoda, principalmente se a superfície onde as tarjas são projetadas, tem cor clara.

Lente Anamórfica: Anamorphic Lens. Esta lente permite converter o formato da imagem 16:9 do projetor para 2.39:1 na tela, através de expansão na horizontal ou compressão na vertical. A vantagem desta lente é a eliminação das tarjas e a utilização de toda a resolução de 1.920x1.080 e a luminosidade do projetor, mas o problema é o seu alto custo (em torno de US$ 3,000.00).


Vou explicar o funcionamento, utilizando uma lente anamórfica de expansão horizontal. Posicione a imagem 16:9 no centro da tela 2.39:1. Com o recurso de formato de tela do projetor, estique (stretch) a imagem na vertical, preenchendo as tarjas. Posicione a lente anamórfica na frente do projetor, de tal modo que expanda a imagem na horizontal, preenchendo toda a tela e acertando a geometria.


Existem vários fabricantes de lente anamórfica, como por exemplo Panamorph e Isco. Na ilustração acima, lentes anamórficas do tradicional fabricante Panamorph, UH480 que custa US$ 3,495.00, UH480 montada num mecanismo de transporte motorizado ATH1 que custa US$ 2,995.00 e a lente FVX200J, exclusiva para alguns modelos de projetores D-ILA da JVC, que custa US$ 2,995.00.

Os projetores mais modernos vêm com recursos e processador de imagem que facilitam a vida de quem quer assistir a um filme numa tela CinemaScope. Além de fazer upscaling e posicionar a legenda, possuem recursos que facilitam o posicionamento da imagem e correção da imagem 16:9 que permite manter a lente anamórfica acoplada. Como exemplo, na ilustração temos o projetor EH-R4000 da Epson de 3LCD com o novo painel HTPS refletiva, Full HD, 3D Ready, 1.200 ANSI Lumens, contraste nativo de 40.000:1 e contraste dinâmico de 1.000.000:1, lente Fujinon com zoom 2.1x. O início da comercialização está prevista para final de novembro e a expectativa de preço está em torno de ¥650.000 (US$ 6,700.00). Epson Japan.

Conheça a lente anamórfica para filmagem CinemaScope em Filmadora.

Veja também:
Formato de tela e relação de aspecto
Imagem de alta definição
         

5 de outubro de 2010

Condicionador de Energia

Se você mora num local próximo de indústrias ou outros estabelecimentos que podem gerar instabilidade e ruídos na rede elétrica, ou no limite de um transformador, onde há variação frequente na rede elétrica, deve proteger os seus equipamentos, utilizando condicionadores de energia (filtro de linha, estabilizador de tensão, short-break, no-break, etc.).

Condicionadores de energia são aparelhos que corrigem as irregularidades da rede elétrica fornecida pela concessionária de energia como variação de voltagem e frequência, ruídos eletromagnéticos, surto ou queda de energia, etc.

Filtro de Linha: Line Filter. É um filtro eletrônico que atenua a interferência eletromagnética contida na rede elétrica. Os equipamentos modernos sofisticados sofrem estas interferências gerando ruídos e instabilidade no funcionamento.

Estabilizador de Tensão: Estabilizador de energia ou estabilizador de voltagem. É um aparelho que mantém uma voltagem estável, mesmo que haja variação de voltagem na rede elétrica. Normalmente já tem filtro de linha. Recomendado para residências onde há variação de energia, mas com rara incidência de queda de energia.

Na linha de fornecimento ininterrupta de energia (residências onde necessitam de uma proteção contra constante queda de energia), existem os Short-breaks e No-breaks. São recomendados para quem tem PC, gravador de áudio e vídeo em HDD/BD/DVD/CD para não perder dados, projetor de imagem que requer esfriamento gradativo da lâmpada e aqueles que querem proteger contra eventuais danos nos equipamentos causados pela queda de energia.

Short-break

Também conhecido como No-break stand-by, funciona normalmente fornecendo a energia direta da rede, estabilizada ou não, e quando ocorre uma queda de energia é chaveada para energia alternada do inversor fornecida pela bateria, ou seja, fica na espera (stand-by). Como existe um pequeno tempo de comutação (alguns milissegundos) para energia da bateria, há uma queda da energia neste curto período (short-break). Os equipamentos de Home Theater, não sentem este tempo de comutação que fica sem energia. No mercado, não é comum utilizar o termo short-break e sim no-break.

Off-line: Esta tecnologia é encontrada nos modelos mais simples e de baixo custo para atender as necessidades em geral, inclusive equipamentos de Home Theater mais simples. Com fornecimento normal da energia elétrica, além de ficar carregando a bateria, é fornecida diretamente aos equipamentos conectados, passando em geral por um filtro de linha. Quando ocorre uma queda de energia ou oscilação na rede, é comutado ao circuito inversor, que transforma a corrente contínua (CC) da bateria para corrente alternada (CA). Como até uma variação brusca na rede pode provocar a comutação, a bateria é bem exigida, ocorrendo desgaste mais rápido. Neste tipo de aparelho, a corrente alternada gerada pelo circuito inversor tem uma forma de onda semissenoidal.

Interativo: Neste tipo de aparelho, enquanto há fornecimento de energia na rede elétrica, funciona como um estabilizador de voltagem, e também fica carregando a bateria. Somente quando ocorre uma queda de energia é comutado ao circuito inversor, por isso há menos desgaste da bateria do que o tipo off-line, aumentando a sua vida útil. Nesta tecnologia, apesar da maioria ter corrente alternada, gerada pelo circuito inversor, na forma de onda semissenoidal, é possível encontrar alguns modelos com forma de onda senoidal, mas são bem mais caros. Recomendados para equipamentos mais sensíveis e equipamentos para Home Theater mais sofisticados.

No-break

Também conhecido como no-break on-line ou UPS (Uninterruptible Power Supply). Neste tipo de aparelho a energia fornecida à carga é pura e isolada da rede elétrica. O módulo retificador CA/CC fornece alimentação às baterias para recarga e ao inversor CC/CA que funciona o tempo todo alimentando a carga, por isso não existe tempo de comutação quando a energia da rede cai (verdadeiro no-break). A forma de onda gerada é senoidal perfeita, estável e sem variação, inclusive na frequência. Recomendado para equipamentos críticos como servidor de uma rede de micros, main-frame, medicinais e de precisão, pouco utilizado em equipamentos de Home Theater devido ao seu alto custo, mas é um aparelho ideal para quem quer um áudio e vídeo puro, sem nenhuma interferência da rede elétrica. Geralmente os no-breaks são de capacidades acima de 5KVA.

Aparelho Bivolt: No local onde tem grandes variações na rede é recomendado os de bivoltagem, pois como por exemplo, podem funcionar com voltagens de 110V, 127V e 220V.

Autonomia: A autonomia após a queda de energia, varia conforme a capacidade da bateria. Os pequenos com bateria interna são de pouca duração, mas os maiores que utilizam bateria externa, dependendo da quantidade de baterias, conseguem manter por um bom tempo. Para uso em Home Theater, um short-break tem como finalidade, além de não causar danos aos equipamentos com a queda irregular da energia, é de não perder o que estava fazendo, como uma gravação (ficar sem finalização), ou então desligar um projetor de imagem ou TV de retroprojeção, num processo normal de esfriamento da lâmpada, por isso a autonomia deve ter o tempo suficiente para desligar todos os equipamentos com calma.

Aterramento: Nestes aparelhos é recomendado o uso de fio terra para ter um bom funcionamento.

Dimensionamento do condicionador de energia

A capacidade dos condicionadores de energia é especificada em potência aparente que tem a unidade em VA (Volt-Ampère), por isso se os equipamentos a serem ligados ao condicionador apresentarem o consumo em VA ou então em Tensão (V) e Corrente elétrica (A), basta multiplicá-los e terá o consumo em VA do equipamento. Somando os consumos em VA de todos os equipamentos, chega-se ao valor total da carga e portanto à capacidade necessária do condicionador. Apesar de não utilizar o consumo máximo (potência máxima de um AV Receiver), é sempre bom colocar uma pequena margem de segurança entre 20% a 30%, ou seja, se a soma dos consumos dos equipamentos a serem alimentados pelo condicionador de energia totalizar 900VA, compre um condicionador de pelo menos 1.000VA (1KVA).

O grande problema é que a maioria dos equipamentos informa na especificação, o consumo somente em Watts (W) que é a potência real ou ativa, por isso há a necessidade em converter a potência que está em W para VA, mas não existe um fator fixo de conversão porque o Fator de Potência é intrínseco de cada equipamento.


O Fator de Potência é dado em cosseno do ângulo de defasagem da corrente em relação à tensão, causada pelos componentes indutivos (motores, transformadores, ventiladores, reatores, etc.) que atrasam e capacitivos que adiantam, e que acabam gerando a potência reativa (VAR), por isso o coeficiente varia entre 0 e 1. No caso de uma lâmpada incandescente (lâmpada comum de filamento) que apresenta a carga somente resistiva, não ocorre nenhuma defasagem da corrente e por isso tem o Fator de Potência 1 (cosseno de 0°), ou seja, neste caso a potência ativa (W) é igual a potência aparente (VA). O ângulo da defasagem é representada pela letra grega Phi (pronuncia fi) (φ, Φ).

A fórmula para obter a potência ativa em corrente alternada é de P(W)=V.I.cosφ, substituindo V.I por potência aparente (VA) temos, P(W)=P(VA).cosφ, ou então P(VA)=P(W)/cosφ (potência aparente é igual a potência ativa dividida por cosφ).

Como pode ver, para achar o fator de potência de um equipamento, precisaria de um equipamento de medição especial ou então se os fabricantes fornecerem estes dados. Não sendo possível, melhor achar um fator de conversão para simplificar o cálculo, dentro de uma margem de segurança. Para aparelhos eletroeletrônicos domésticos, em geral o fator de potência varia entre 0,55 a 0,95, e os PCs em torno de 0,6 a 0,7.

Como atualmente os equipamentos de áudio e vídeo são na maioria digitais e os componentes são muito similares aos de PC, podemos pegar um fator próximo deles. Considerando que nunca utilizaria a potência máxima de um AV Receiver, que é um dos módulos de maior consumo de energia dentro do Home Theater, vamos pegar um fator de potência em torno de 0,8. Colocando este fator na fórmula acima temos, P(VA)=P(W)/0,8 ou P(VA)=P(W).1,25, colocando uma pequena margem de segurança, arredondamos para 1,3. Então temos que P(VA)=P(W).1,3 ou P(VA)=P(W)+30% que recomendei no cálculo da corrente elétrica em Instalação elétrica para Home Theater. Exemplificando, se o consumo de um HDTV é de 350W, temos P(VA)=350.1,3 que dá o resultado de 455VA.

Caso você goste de ouvir em volume bem alto e tem um HDTV de Plasma acima de 50", é melhor aumentar o fator de conversão para em torno de 1,4 (40%) por medida de segurança. Alguns fabricantes de condicionadores de energia recomendam utilizar um fator de conversão próximo de 1,5 para equipamentos de informática, mas eu acho exagerado no nosso caso. De qualquer forma, no resultado final, acrescer uma margem de segurança de 20% a 30% é recomendada.

Veja também:
Instalação elétrica para Home Theater
Cabos para áudio e vídeo

29 de setembro de 2010

Instalação Elétrica para Home Theater

O que uma pessoa normalmente faz quando compra um Home Theater é, abrir a embalagem, colocar nos lugares já reservados, fazer as conexões, conectar na tomada e pronto. Agora é só ligar os equipamentos, fazer os ajustes necessários e apreciar. Um detalhe bastante importante é esquecido por muitas pessoas, a instalação elétrica. Será que em algum momento, preocupou em saber se aquela única tomada com Benjamins (T) e/ou extensões, onde estão ligados os HDTV, BD Player, AV Receiver, Subwoofer ativo e outras coisas mais, não vai gerar nenhum problema?

Uma instalação elétrica adequada é um importante fator para obter bom desempenho e segurança dos equipamentos, economia de energia e principalmente a segurança de uma residência, evitando sobrecarga e aquecimento dos fios, e portanto, risco de incêndio. Recomenda-se criar um circuito exclusivo para Home Theater, puxando diretamente do quadro de força. Se não tem condição de passar os fios dentro do eletroduto embutido, faça através de canaletas externas.

O correto é contratar um técnico ou um engenheiro elétrico para fazer um projeto, e o serviço executado por pessoal especializado para ter total segurança, mas, a seguir darei uma ideia de como preparar uma instalação elétrica para um Home Theater àqueles que estão decididos a fazer por conta própria.

Terminologia

Condutor elétrico: Material que permite o movimento de carga elétrica, normalmente metal, e cobre no caso de fios e cabos para instalações residenciais.
Fio: Condutor de cobre maciço e flexível.
Cabo: Condutor encordoado de diversos fios de cobre. Quanto mais fio, mais flexível se torna o cabo.
Condutor isolado: Fio ou cabo com isolação, normalmente de PVC.
Cabo multipolar: Cabo constituído de 2 ou mais condutores isolados e dotado no mínimo de uma cobertura.
Eletroduto, eletrocalha ou canaleta: Meio por onde passarão os fios e os cabos.


Dimensionamento do condutor

Quando há na especificação do aparelho, o consumo em corrente elétrica (Ampères), é só somar de todos os aparelhos para obter a carga máxima do condutor, mas a maioria dos aparelhos só traz o consumo em Watts (W), por isso existe a necessidade em fazer alguns cálculos para determinar o consumo em corrente elétrica.

Através da lei de Ohm (para especialistas, definição da resistência) que é V=R.I onde, V = tensão ou diferença de potencial elétrico em Volts (V), R = resistência em Ohms (Ω) e I = corrente elétrica em Ampères (A), podemos chegar a P=V.I, ou seja, potência em Watts é igual a multiplicação da voltagem com a corrente elétrica, ou ainda, I=P/V, portanto, para obter a corrente elétrica que um equipamento irá consumir, basta dividir a potência de consumo por voltagem. Não confundir a potência de consumo de energia, com potência gerada por um AV Receiver ou subwoofer ativo.

Num circuito de corrente alternada (CA), que é o nosso caso, as fórmulas acima são válidas para carga resistiva, como lâmpada incandescente ou chuveiro elétrico, onde não ocorre defasagem da corrente elétrica em relação à tensão elétrica. Quando existem no circuito, componentes indutivos (motores, ventiladores, transformadores, etc.) e componentes capacitivos, ocorre uma defasagem da corrente, gerando potência reativa (VAR) que irá afetar na potência ativa (W), ficando diferente da potência aparente (VA). Para não dar dor de cabeça, será melhor explicado na postagem de Condicionador de Energia.

Portanto, para achar o valor exato da corrente elétrica através da potência em Watts, é extremamente complicado, pois é intrínseco de cada aparelho, por isso, para facilitar utilizarei uma forma bem simplificada e aproximada, acrescentando em torno de 30% no resultado obtido pela fórmula acima (I=P/V). Exemplificando, se um AV Receiver tem um consumo de energia na potência máxima, 500W em 120V, temos I=(500/120)+30%, e o resultado é uma corrente de 5,42A. Obtendo a corrente de todos os equipamentos que compõem o Home Theater, basta somar e assim terá a corrente máxima a ser exigida e que passará pelo condutor.

Bitola do condutor: A definição da bitola do condutor baseado em carga de corrente elétrica, depende de alguns fatores como, temperatura do ambiente, tipo de cabo (isolado ou multipolar), comprimento, passagem em duto fechado ou aberto, quantidade de condutor por duto, etc., ou seja, está muito vinculado com a capacidade de transferência de calor do condutor com o ambiente. Além de utilizar um cabo de boa qualidade, recomenda-se que os condutores não ocupem mais do que 40% da área útil do eletroduto.

A tabela de bitola do condutor e a corrente suportada é baseada em NBR 5410/2004 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), tipo de instalação B1, de condutores de cobre isolados em eletroduto com 2 condutores com carga (monofásico), na temperatura de 70°C, num ambiente de 30°C. Procure na tabela a corrente mais próxima superior obtido no seu cálculo, e assim encontrará a bitola do condutor. Se deseja colocar uma margem de segurança para eventual mudança futura, ou a distância for grande, escolha uma bitola superior.

Obs.: A corrente da tabela independe do tipo de condutor (rígido ou flexível). No mercado varejo é comum encontrar o cabo flexível devido à facilidade na instalação.

Cor do cabo: A padronização da cor conforme a ABNT é de azul claro para Neutro e verde ou verde/amarela (Brasileirinho) para proteção (Terra). A fase pode ser qualquer uma, obviamente excluindo azul claro, verde e verde/amarela, e também evite usar a amarela para não ser confundida com terra.

Quadro de Força

Apesar do padrão atual da tensão elétrica no Brasil ser de 127V (antes era de 117V) e 60Hz, dependendo do estado e em algumas cidades, podemos encontrar nos quadros de força de uma residência, 1 Fase e 1 Neutro (monofásico de 127V), 2 Fases (220V) ou 2 Fases e 1 Neutro (127V/220V), por isso vou utilizar o de 2 Fases e 1 Neutro como modelo, conforme a ilustração. Neste caso quando pegamos 1 Fase e o Neutro temos 127V, e se pegarmos as 2 Fases temos 220V. Como a tensão elétrica suportada pela maioria dos equipamentos é de 120V, pegamos uma das Fases e o Neutro. Se tiver um amperímetro, escolha a Fase que tenha a menor carga para não criar um grande desequilíbrio na hora que estiver com o Home Theater ligado. Se não tiver amperímetro, desligue uma Fase e depois a outra para descobrir o que estão ligados em cada Fase e faça um cálculo estimado de carga. Se o chuveiro elétrico for de 220V, pode ignorar.

Mesmo que o padrão seja de 127V, é comum encontrar tensões entre 110V e 120V na rede elétrica. Se um equipamento importado for de 110V, como normalmente tem uma tolerância de ±10%, funciona entre 99V a 121V, por isso em geral não há problema. Se a tensão da sua rede estiver fora da tolerância do equipamento, ou variável, utilize um condicionador de energia ou até um transformador. No caso de um equipamento de venda no mercado doméstico do Japão onde a tensão é de 100V, é necessário colocar um transformador (127V / 100V) porque está fora da tolerância (90V a 110V).

Fio Terra: Condutor de proteção. Ground. Os aparelhos Classe I que têm carcaças metálicas e dotados de isolação básica, precisam de fio terra para evitar eventuais choques e fazer descarga de surtos elétricos (já vem com plugue de 3 pinos - 2P+T). Os aparelhos Classe II de carcaça metálica com dupla isolação ou isolação reforçada e Classe III de até 50V, não precisam de fio terra.

Barra de aterramento que pode ser adquirido em lojas de materiais elétricos, deve ser enterrada num local úmido para ter condutividade. Nunca utilize para-raios ou neutro como terra. Se entrar uma descarga elétrica pelo fio terra, ocorrerá perda total dos equipamentos. Um aterramento mal feito pode-se tornar uma antena, por isso tome bastante cuidado.

Existe uma Lei Federal de nº 11.337 de 26/07/2006, onde as edificações cuja construções iniciaram a partir da vigência desta lei, deverão obrigatoriamente possuir sistema de aterramento e instalações elétricas compatíveis com a utilização do condutor terra de proteção, bem como tomadas com o terceiro contato correspondente (espero que esteja sendo cumprida pelas construtoras). O grande problema é o caso de construções anteriores.

Disjuntor: Circuit Breaker. É um dispositivo eletromecânico (normalmente termomagnético) que protege contra irregularidade elétrica como, curto-circuito (aumento súbito de carga) e sobrecarga (aquecimento sentido através de sensor bimetálico). A vantagem em relação ao fusível é que pode ser rearmado após desarmar. A capacidade máxima do disjuntor, para uma maior segurança, deve ser a mesma do condutor ou ligeiramente superior.

Tensão elétrica em alguns países
Portugal: 230V/50Hz
EUA: 120V/60Hz
Japão: 100V/50Hz na região leste (Tokyo até Hokkaido) e 100V/60Hz na região oeste (depois de Tokyo até Okinawa).

Tomadas

Baseado no padrão IEC (International Electrotechnical Commissions) 60.906-1 publicado em 1986, o Brasil criou e publicou em 1998 a especificação NBR 14.136 com algumas revisões posteriores (principal em 2002), padronizando tomadas e plugues de aparelhos eletroeletrônicos domésticos em 2 tipos (existiam mais de 10 tipos). A partir do início de 2010 nenhum aparelho eletroeletrônico deve sair da fábrica ou de importação diferente destes plugues. No comércio, termina em julho de 2011 a comercialização de aparelhos com plugues anteriores. Brasil é o único país a adotar este padrão (parecido com tipo J da Suiça), onde afirmam que é mais seguro contra choques acidentais. Os plugues com pinos redondos anteriores encaixam nesta nova tomada, mas para outros plugues serão necessários adaptadores.

Tipos de tomadas: Os orifícios ficam protegidos em volta por parede no formato hexagonal com 2 lados compridos. Nas tomadas com capacidade de até 10A, o diâmetro do orifício de entrada é de 4mm e tomadas entre 10A a 20A, de 4.8mm, ou seja, para evitar a conexão acidental de aparelhos com potência superior numa tomada com menor capacidade. Os de menor capacidade conseguem ser inseridos na tomada de 20A.

Tomada polarizada: No caso de tomada com fio terra (2 Polos + Terra), onde há polarização de Neutro e Fase, deve tomar bastante cuidado, pois é invertida em relação ao padrão Americano, ou seja, colocando o pino terra para baixo, a Fase fica à esquerda. Muito cuidado em verificar, e conectar os cabos corretamente (por trás fica invertido), pois não há identificação na tomada. Confirme se o adaptador está seguindo o novo padrão, para não ter surpresa, principalmente se está utilizando um condicionador de energia.

Cuidados: Evite o uso de Benjamin (T), faça uma tomada para cada equipamento e tenha certeza de que os parafusos estão bem apertados, mantendo um bom contato com o condutor. Na hora da compra, opte pela qualidade.

IMPORTANTE! Desligue o disjuntor geral (caso seja fusível, retire-os) e também no relógio, antes de mexer na instalação elétrica para evitar um choque elétrico. Antes de conectar os equipamentos, verifique se as tomadas estão corretamente instaladas e funcionando, medindo com um voltímetro ou na falta, ligando um abajur.

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